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terça-feira, fevereiro 11, 2014

Um pai cagado e o Boquete do Chupacabras




Um pai cagado e o Boquete do Chupacabras

Eis que a pena digital se ergue, como uma onda diante do trágico. E os gritos dantes calados, agora imploram um megafone. Não tenho me furtar aos gritos... não tenho para onde correr... é preciso abrir o grande cu existencial, e deixar a merda escorrer, como uma evacuação Divina...e deixemos o demônio dar a descarga.

Dizem que as noites são convites. Foi assim que num convite e outro, vim a conhecer o estranho caso. A dignidade mora por vezes em restos. Naquilo que resta de sóbrio ao ser humano. Muito embora eu tenha-la minha francas dúvidas.

Conheci Teodoro em uma de minhas noites viscerais. Boas bebidas podem inspirar coisas boas...mas nem sempre. Teodoro falava de si como uma espécie de sumidade de clemencia e bondade. Quem o via falando, o tinha em conta de um ser celebre. Sempre tive problemas com pessoas celebres.
Assim falava Teodoro:

-Eu sou tudo para meu papai. Tudo... dou-lhe carinho, respeito e dignidade. 
Ele agora ta no final da vida... tem todas as doenças de velhos...sabe né?

Eu balançava a cabeça, pois diante de tanta respeitabilidade que eu podia dizer? Junto a esta mesa estava Estela uma amiga minha, negra, muito forte, peitos fartos, cabelos densos e um sorriso confiante as vezes. Algo meio bêbada, e ouvindo a rasgação de Teodoro. Estela já estava excitada diante de tanta bondade e doença. Impressionante como os seres humanos são próximos. Teodoro seguia:

-E a minha irmã? Pobre coitada...pobre coitada... é pura dedicação ao papai. Não sai de casa nem por decreto. É uma guardiã zelando pelo melhor bem estar de papai. Essa sim viu, é uma santa! Santa... não sai, não se diverte... não peca!

Agora por minha vez quem estava excitado era eu. Uma mulher meio jovem que fica apenas aos cuidados de papai... não sai para divertir-se... pensei eu: deve estar com a buceta em chamas.

Mas por algum motivo toda aquela história não me soava bem... tanta beleza, perfeição, cuidados, dedicação tinha de ter algo de sórdido.
Eu parto do seguinte pressuposto: todos somos filhos da puta, até que se prove o contrário. E não há um único ser humano que se salve... vasculhe o interior dele... e a merda vem à tona.

As bebidas naquela mesa agora se tornavam abundantes agora... garrafas vazias amontoavam-se como recordações de bons tempos, havia alegria no ar. Mas como uma infindável maneira, os desejos terminam por gritar como primatas hostis em nosso estomago. Quero fuder...quero fuder muito... quero fuder com você, quero fuder com todos...quero fuder!

Teodoro estava muito animado. Então convida a mim e Estela para ir conhecer Condessa.

-Quem é Condessa? Pergunta Estela.
-A minha mana...a santa Condessa...

Eu tava afim de tornar essa santa, a mais vagabunda deste lado de cá do inferno. Fiquei assim... a bebida me deixa meio alterado... os desejos ficam mais a flor da pele...mais selvageria.
Pagamos o bar e fomos para casa de Teodoro. Estela estava vibrante...com a possibilidade de uma foda em conjunto, eu Teodoro e Condessa. Existem poucas mulheres que gostam disso. Elas tem medo, vergonha ou consideram imoralidade. A verdade é medo do que pode vir a ser delas depois de tudo. Baita medo!

É nestes momentos que eu penso: a vida pode ser uma surpresa deselegante em forma de um berro visceral. Porra vivo dizendo isso...surpresa...surpresa. Mas teria como ser diferente? Nada é exatamente... não surpreendente... você mesmo por exemplo, agora neste instante... algo pode estar acontecendo ao teu corpo... um ataque cardíaco inesperado, um câncer que se inicia...vai saber? Surpresa!
Fomos todos para casa de Teodoro.

Então a surpresa imbecil! Abre-se a porta da casa, entramos e na sala... na frente da mesa de centro, estava o papai de Teodoro! Esparramado em um sofá, com um cadáver olhando o vazio.  Sim...ele estava muito doente certamente, estava apenas de fraldas geriátricas, e pelo jeito havia se cagado. O cheiro de merda inundava o ambiente.
Pensei: porra cadê a Condessa? Que não limpou o velho? Que merda. Onde estaria a santinha? A merda do vovô começava a feder por dentro da minha mente! Nos sentamos todos na sala... olhando o velho... enquanto Teodoro, já muito fora da casa... servia whisky para todos. Rodada grátis! Yes...

Estela estava meio paralisada. Ela não gosta de gente doente. Eu achava tudo aquilo um circo...gosto de circo de bizarrices, circo de horrores. Vejo coisas nesta cidade de Pelotas de madrugada que te assustariam. Gosto mesmo. Brindamos o whisky enquanto vovô estava babando uma espuma...pedindo uma ajuda com os olhos... então inesperadamente surge Condessa.

Ela não tinha nada de realeza, vestia um vestido soltinho...sem nada por baixo. Uma puta típica pelo jeito de ser. Deixando a mostra partes do corpo...partes intimas. Parecia chapada...ou havia tomado tranquilizantes, aliás muito chapada. O circo de horrores estava descendo a escadaria.
Eu queria apenas saber onde isso iria acabar? Pensei em trepar com a 

Condessa no banheiro. Sempre penso isso para todas as mulheres que olho a primeira vez. Até a dos amigos Gosto de trepar no banheiro... é bom...informal, sempre penso isso de todas as mulheres que conheço. É um vício.

-Então é uma festinha Teodoro? Pergunta Condessa... com voz rasgada... erguendo um pouquinho o vestido... mostrando cochas brancas e marcadas de pancada...
-É mana...que tu acha? Gostou aí do Fabiano... e da Estela?? Hein...vamos comer os dois...que achas mana?

Estela na hora saltou...

-Epa... calma ai...vamos ver...ninguém vai me comer por enquanto...
Por minha vez:
-Seguinte Teodoro... eu não vou te comer... mas se tua maninha ai... quiser brincar de piroquinha na xoxotinha... sabe como é...

O pai de Teodoro olhava isso...olhava o vazio...talvez entendendo? No alto do seus noventa anos, vendo isso meio paralisado? Que final digno de vida. Talvez não entendendo nada?? Alzheimer é foda! Que merda... iriamos fuder ali, na frente dele? Com cheiro de merda para todo o lado? Tudo tempo mim...

-Condessa, troca o papai ai! Ele ta cagado...é a tua vez...

Vejam que a caridade é uma voz expendida que soa no coração humano. Eu já nem sabia exatamente que ia rolar... eu tava mais pelo foda-se irmãos mentirosos da porra...

-Não...não vou fazer... ele ta muito cagado Teodoro! De jeito algum... vamos pra festa e depois vemos ele... ele ta sem som e sem imagem mesmo...

Estela não dizia uma palavra... o whisky descia como arame farpado.
Teodoro toma o whisky de uma vez... então começa a operação de trocar o pai na frente de todos... descíamos a escadaria do inferno. É como cutucar as partes intimas de um cadáver... você já fez isso? É estranho.
Quando a fralda foi aberta... Estela não conteve o vomito... despejando na sala fétida o terror... enquanto Condessa ria muito... havia uma insanidade no local. Retirei Estela para rua...e Condessa veio junto conosco... tudo era horrível mesmo, e só piorava de minuto a minuto.

-Estelinha Estelinha... eu quero lamber a tua bucetinha!!Há, há, há.

Dizia Condessa...

Estela tentava recuperar-se. Condessa tentava se esfregar em Estela... encostando o púbis... nas pernas de Estela. Bela cena... aquela... mas Estela agora não tava mais naquela wibe. A paciência de Estela acabou, talvez a loucura tenha ido para além do limite previsível. Aproveitei que Condessa estava facinha...e coloquei os dedos na buceta dela... que estava molhada. 
Levei os dedos ao nariz, um cheiro forte... cheiro de mulher no cio... que é um misto de mijo e líquidos vaginais abundantes. Gosto de líquidos vaginais abundantes... Condessa sorri...e pega meu pau. Condessa não se faz de rogada... gosto de mulheres assim... arrojadas... abriu o zíper...tirou o bicho pra fora... e começou a mamar ajoelhada ali mesmo... na frente da casa. Eu tava cagando... eu não morava ali mesmo. Foda-se. Eu sentia o cheiro de merda do vovô... Estela cuspia um pouco do vomito... e me nos olhos:

-Fabiano... tu és tão anormal quanto eles! Boquete aqui...para ela?

Não me senti ofendido... acho até que entendi como um elogio. As pessoas me elogiam de forma estranha. Condessa mamava com força...com muita força, como se quisesse tirar a porra da medula... e não demoraria muito pelo jeito. No fundo agora só isso importava. Chupava e grunhia como uma porca encantada. Parecia um chupacabras. Sensacional... não demorei muito, até porque tava afim de ir embora. Enchi a boca de leite....entre grunhidos e gritos exageros ...gosto de show, ela cuspiu no chão. Estela olhava aquilo...com um rosto que não exprimia nada, então me olhou e disse:

-Vamos embora agora?
-Ué... não vais dar lá o enfermeiro Teodoro?
-Deus me livre Fabiano...essa é a caridade para o pai dele? Não nem pensar...

A Chupacabras... sorria com dentes cariados... escorrendo porra pelos cantos da boca. Gosto de gozar bastante...

E fomos saindo pelo portão a fora... chegava de tudo aquilo.
A pena digital infame, é a lambida do dragão, e o coco de um dinossauro, é a voz de Adão no paraíso perdido.
Entramos no Fudet...

-Fabiano, me deixa na Avenida Bento, vou ficar no Pássaro Azul...e deu.

Eu ria... ria como um demônio louco. Estava bem.
Dirigi sem dizer uma palavra. Lembrava do pai cagado, do boquete do chupacabras, e me sentia feliz e em paz, por saber que existe gente mais doida que eu andando por ai.


Luís Fabiano



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