Um pai cagado e o Boquete do Chupacabras
Eis que a pena digital se ergue, como uma onda diante do
trágico. E os gritos dantes calados, agora imploram um megafone. Não tenho me
furtar aos gritos... não tenho para onde correr... é preciso abrir o grande cu
existencial, e deixar a merda escorrer, como uma evacuação Divina...e deixemos
o demônio dar a descarga.
Dizem que as noites são convites. Foi assim que num
convite e outro, vim a conhecer o estranho caso. A dignidade mora por vezes em
restos. Naquilo que resta de sóbrio ao ser humano. Muito embora eu tenha-la
minha francas dúvidas.
Conheci Teodoro em uma de minhas noites viscerais. Boas
bebidas podem inspirar coisas boas...mas nem sempre. Teodoro falava de si como
uma espécie de sumidade de clemencia e bondade. Quem o via falando, o tinha em
conta de um ser celebre. Sempre tive problemas com pessoas celebres.
Assim falava Teodoro:
-Eu sou tudo para meu papai. Tudo... dou-lhe carinho,
respeito e dignidade.
Ele agora ta no final da vida... tem todas as doenças de
velhos...sabe né?
Eu balançava a cabeça, pois diante de tanta
respeitabilidade que eu podia dizer? Junto a esta mesa estava Estela uma amiga
minha, negra, muito forte, peitos fartos, cabelos densos e um sorriso confiante
as vezes. Algo meio bêbada, e ouvindo a rasgação de Teodoro. Estela já estava
excitada diante de tanta bondade e doença. Impressionante como os seres humanos
são próximos. Teodoro seguia:
-E a minha irmã? Pobre coitada...pobre coitada... é pura
dedicação ao papai. Não sai de casa nem por decreto. É uma guardiã zelando pelo
melhor bem estar de papai. Essa sim viu, é uma santa! Santa... não sai, não se
diverte... não peca!
Agora por minha vez quem estava excitado era eu. Uma
mulher meio jovem que fica apenas aos cuidados de papai... não sai para
divertir-se... pensei eu: deve estar com a buceta em chamas.
Mas por algum motivo toda aquela história não me soava
bem... tanta beleza, perfeição, cuidados, dedicação tinha de ter algo de
sórdido.
Eu parto do seguinte pressuposto: todos somos filhos da
puta, até que se prove o contrário. E não há um único ser humano que se
salve... vasculhe o interior dele... e a merda vem à tona.
As bebidas naquela mesa agora se tornavam abundantes
agora... garrafas vazias amontoavam-se como recordações de bons tempos, havia
alegria no ar. Mas como uma infindável maneira, os desejos terminam por gritar
como primatas hostis em nosso estomago. Quero fuder...quero fuder muito... quero
fuder com você, quero fuder com todos...quero fuder!
Teodoro estava muito animado. Então convida a mim e
Estela para ir conhecer Condessa.
-Quem é Condessa? Pergunta Estela.
-A minha mana...a santa Condessa...
Eu tava afim de tornar essa santa, a mais vagabunda deste
lado de cá do inferno. Fiquei assim... a bebida me deixa meio alterado... os
desejos ficam mais a flor da pele...mais selvageria.
Pagamos o bar e fomos para casa de Teodoro. Estela estava
vibrante...com a possibilidade de uma foda em conjunto, eu Teodoro e Condessa.
Existem poucas mulheres que gostam disso. Elas tem medo, vergonha ou consideram
imoralidade. A verdade é medo do que pode vir a ser delas depois de tudo. Baita
medo!
É nestes momentos que eu penso: a vida pode ser uma
surpresa deselegante em forma de um berro visceral. Porra vivo dizendo isso...surpresa...surpresa.
Mas teria como ser diferente? Nada é exatamente... não surpreendente... você
mesmo por exemplo, agora neste instante... algo pode estar acontecendo ao teu
corpo... um ataque cardíaco inesperado, um câncer que se inicia...vai saber?
Surpresa!
Fomos todos para casa de Teodoro.
Então a surpresa imbecil! Abre-se a porta da casa,
entramos e na sala... na frente da mesa de centro, estava o papai de Teodoro!
Esparramado em um sofá, com um cadáver olhando o vazio. Sim...ele estava muito doente certamente,
estava apenas de fraldas geriátricas, e pelo jeito havia se cagado. O cheiro de
merda inundava o ambiente.
Pensei: porra cadê a Condessa? Que não limpou o velho? Que
merda. Onde estaria a santinha? A merda do vovô começava a feder por dentro da
minha mente! Nos sentamos todos na sala... olhando o velho... enquanto Teodoro,
já muito fora da casa... servia whisky para todos. Rodada grátis! Yes...
Estela estava meio paralisada. Ela não gosta de gente
doente. Eu achava tudo aquilo um circo...gosto de circo de bizarrices, circo de
horrores. Vejo coisas nesta cidade de Pelotas de madrugada que te assustariam. Gosto
mesmo. Brindamos o whisky enquanto vovô estava babando uma espuma...pedindo uma
ajuda com os olhos... então inesperadamente surge Condessa.
Ela não tinha nada de realeza, vestia um vestido soltinho...sem
nada por baixo. Uma puta típica pelo jeito de ser. Deixando a mostra partes do
corpo...partes intimas. Parecia chapada...ou havia tomado tranquilizantes, aliás
muito chapada. O circo de horrores estava descendo a escadaria.
Eu queria apenas saber onde isso iria acabar? Pensei em
trepar com a
Condessa no banheiro. Sempre penso isso para todas as mulheres que
olho a primeira vez. Até a dos amigos Gosto de trepar no banheiro... é
bom...informal, sempre penso isso de todas as mulheres que conheço. É um vício.
-Então é uma festinha Teodoro? Pergunta Condessa... com
voz rasgada... erguendo um pouquinho o vestido... mostrando cochas brancas e
marcadas de pancada...
-É mana...que tu acha? Gostou aí do Fabiano... e da
Estela?? Hein...vamos comer os dois...que achas mana?
Estela na hora saltou...
-Epa... calma ai...vamos ver...ninguém vai me comer por
enquanto...
Por minha vez:
-Seguinte Teodoro... eu não vou te comer... mas se tua
maninha ai... quiser brincar de piroquinha na xoxotinha... sabe como é...
O pai de Teodoro olhava isso...olhava o vazio...talvez entendendo?
No alto do seus noventa anos, vendo isso meio paralisado? Que final digno de
vida. Talvez não entendendo nada?? Alzheimer é foda! Que merda... iriamos fuder
ali, na frente dele? Com cheiro de merda para todo o lado? Tudo tempo mim...
-Condessa, troca o papai ai! Ele ta cagado...é a tua
vez...
Vejam que a caridade é uma voz expendida que soa no
coração humano. Eu já nem sabia exatamente que ia rolar... eu tava mais pelo
foda-se irmãos mentirosos da porra...
-Não...não vou fazer... ele ta muito cagado Teodoro! De
jeito algum... vamos pra festa e depois vemos ele... ele ta sem som e sem
imagem mesmo...
Estela não dizia uma palavra... o whisky descia como
arame farpado.
Teodoro toma o whisky de uma vez... então começa a
operação de trocar o pai na frente de todos... descíamos a escadaria do
inferno. É como cutucar as partes intimas de um cadáver... você já fez isso? É
estranho.
Quando a fralda foi aberta... Estela não conteve o
vomito... despejando na sala fétida o terror... enquanto Condessa ria muito... havia
uma insanidade no local. Retirei Estela para rua...e Condessa veio junto
conosco... tudo era horrível mesmo, e só piorava de minuto a minuto.
-Estelinha Estelinha... eu quero lamber a tua bucetinha!!Há,
há, há.
Dizia Condessa...
Estela tentava recuperar-se. Condessa tentava se esfregar
em Estela... encostando o púbis... nas pernas de Estela. Bela cena... aquela...
mas Estela agora não tava mais naquela wibe. A paciência de Estela acabou,
talvez a loucura tenha ido para além do limite previsível. Aproveitei que
Condessa estava facinha...e coloquei os dedos na buceta dela... que estava
molhada.
Levei os dedos ao nariz, um cheiro forte... cheiro de mulher no cio...
que é um misto de mijo e líquidos vaginais abundantes. Gosto de líquidos vaginais
abundantes... Condessa sorri...e pega meu pau. Condessa não se faz de rogada...
gosto de mulheres assim... arrojadas... abriu o zíper...tirou o bicho pra
fora... e começou a mamar ajoelhada ali mesmo... na frente da casa. Eu tava
cagando... eu não morava ali mesmo. Foda-se. Eu sentia o cheiro de merda do
vovô... Estela cuspia um pouco do vomito... e me nos olhos:
-Fabiano... tu és tão anormal quanto eles! Boquete
aqui...para ela?
Não me senti ofendido... acho até que entendi como um
elogio. As pessoas me elogiam de forma estranha. Condessa mamava com força...com
muita força, como se quisesse tirar a porra da medula... e não demoraria muito
pelo jeito. No fundo agora só isso importava. Chupava e grunhia como uma porca encantada.
Parecia um chupacabras. Sensacional... não demorei muito, até porque tava afim
de ir embora. Enchi a boca de leite....entre grunhidos e gritos exageros
...gosto de show, ela cuspiu no chão. Estela olhava aquilo...com um rosto que não
exprimia nada, então me olhou e disse:
-Vamos embora agora?
-Ué... não vais dar lá o enfermeiro Teodoro?
-Deus me livre Fabiano...essa é a caridade para o pai
dele? Não nem pensar...
A Chupacabras... sorria com dentes cariados... escorrendo
porra pelos cantos da boca. Gosto de gozar bastante...
E fomos saindo pelo portão a fora... chegava de tudo
aquilo.
A pena digital infame, é a lambida do dragão, e o coco de
um dinossauro, é a voz de Adão no paraíso perdido.
Entramos no Fudet...
-Fabiano, me deixa na Avenida Bento, vou ficar no Pássaro
Azul...e deu.
Eu ria... ria como um demônio louco. Estava bem.
Dirigi sem dizer uma palavra. Lembrava do pai cagado, do
boquete do chupacabras, e me sentia feliz e em paz, por saber que existe gente
mais doida que eu andando por ai.
Luís Fabiano
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