" Trecho Solto...
“ Como ela me chupava! Mulher sempre chupa xoxota muito
melhor do que homem, que geralmente acha que sua língua é uma espécie de pênis desarvorado
e que pode sugar um clitóris ignorando
os próprios dentes cheios de arestas, como quem ta tomando refrigerante de canudinho, com raiva do conteúdo. E ela me
chupava com classe e um toque não sei bem como dizer, um toque devoção.
Respirava fundo, se aconchegava entre minhas coxas, me segurava delicadamente
na bunda, respirava fundo outra vez, me cobria de beijos nas virilhas, fechava
os olhos e me levava ao céu, ao céu!
Não posso nunca me esquecer do dia em que começou a me
chupar no sofá, e eu resolvi que naquela hora preferia a cama e, não sei como,
ela conseguiu me seguir até a cama sem tirar a boca de mim com os olhos
fechados e eu gozei torrencialmente logo em seguida.
Não sei se posso dizer, porque não vejo razão para
rejeitar o rotulo de libertina pervertida e devassa, se já tive paixonite a
serio por alguém , mas, se já tive, foi por ela.
Uma vez, Fernando fora de casa, comendo uma carioca grã-fina
que havia aparecido com um marido altamente babaca e nós duas em casa, eu
deitada num tapete, e ela , usando um
roupão felpudo de Fernando sem nada por baixo, fez que ia passar por cima de
minha cabeça e parou bem acima da minha cara com as pernas levemente abertas e
aquele bocetão irresistível na penumbra em torno de meus olhos. Toquei nos
quadris dela, e ela, como se tivéssemos combinado antes, sentou na minha cara,
que sensação insubstituível e incomparável! Como era aveludada, como era
acolhedora, como tinha os cheiro certos! Como era submissa da maneira mais
encantadora, pronta para fazer tudo o que eu quisesse, do jeito que eu
quisesse, na hora em que eu quisesse, tudo com uma naturalidade que parecei que
a vida sempre tinha sido assim, desde que o mundo é mundo.
Não sei , não sei
mesmo como descrever o que havia entre mim e ela, até o jeito como ela se
livrou do roupão nessa hora é inimitável .Ela me chamou de meu amor, meu amor,
minha tesão, minha dona, minha ídola, meu tudo, minha vida e, ai como eu
chupei, como chupei tudo dela, até que ela, falando as coisas mais sublimes que
pode ser ouvidas, gozou como uma loba divina uivando, gozou mais, suspirou com
aqueles olhões que davam vontade de mergulhar e pediu para que roçássemos
entrelaçadas até morrermos, e naturalmente que morremos um pouco. E depois
continuamos a nos roçar e eu pedi que ela me desse a língua toda para eu enfiar
na minha boca e, enquanto isso, que girasse a bunda para eu alisa-la, e ela
passou a me chupar novamente, eu já sem folego e sem vontade de ser mais coisa
nenhuma neste mundo, a não ser nós duas.
Quando falo nisso, fico um pouco – um pouco não, muito-
excitada e me arrependo por não te-la perseguido o resto da vida. É claro que o
negocio dela não era homem, era eu mesma. Podia não ser só eu mesma, mas eu
fazia parte importante do negocio dela.
Os outros participantes certamente houve ou há, mas não
podem ter tido melhores com ela na cama do que eu".
Extraído da Obra – A casa dos Budas Ditosos – Luxúria
Autor: João Ubaldo Ribeiro
Páginas: 137 e 138.
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