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domingo, novembro 04, 2012



O vento é um recado
  
Ampolas vazias como diamantes falsos
O beco escuro
Ante uma luz vacilante, como uma vontade sem foda
Beijo sem gosto
Era uma daquelas noites famigeradas de abandono
E tudo que eu precisava era um sax
Tocando solo

O beco não estava morto
Almas respiravam e aspiravam
Entregues a si, entre instintos e esperanças
Sutilmente um verme destilado da lua
Tenta criar asas como anjos do amanhecer
Um esforço braçal
Para beijar as estrelas

Sentei-me a um canto, e encarregados do diabo
Estavam a espreita
Mariposas do desterro
Sacudindo suas genitálias fluorescentes
Ela veio até mim...
-Um boquete por uma pedra, agora?
-Não trabalho com área de obras, e nem tão pouco sou engenheiro...
-Babaca – ela disse

Gargalhei...
Não me importa o que fazem ou como fazem
Me dou o direito apenas de beber eventualmente a mesa do demônio
Quando menos esperei... eles me pareceram tão patéticos...
E sem sentindo...
Achei que era melhor ir para parte da frente do bar
Onde as almas tentam parecer mais normais
A procura da luz fluorescente e neon

Realmente não sei o quanto é melhor
Mas olhar o reflexo do neon em poças da valeta é lindo
Meu coração de encheu de esperanças
Como hinos do sereno declarando o amor noturno as rosas
Abraçaria aquém estivesse próximo a mim agora
Porque no fundo todos somos a mesma merda
Queremos apenas não estar só
Quando o ultimo hausto nos apagar a retina
Amor não é uma folha que cai de uma arvore
Mas o vento que leva a folha ao seu destino.

Luis Fabiano.


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