Sonhos defeitos, merda em festa, e um cu que explode
Dias mais serenos estes. Dias que antecedem um ano
supostamente novo. Sabemos que não há novidade alguma em nada, tudo é uma convenção
formal, um ritual meio mórbido para passar a meia noite, e no segundo após das
doze badaladas, é tudo a mesma merda.
Mas acho isso bonito a distancia, as pessoas fazendo seus
planos, esperando o mundo ser melhor, esperando ser felizes, tentando
emagrecer, talvez acreditando num amor possível e outras tantas idiotices
naturais de um ritual. Tudo bem... As pessoas precisam disso, eu não. Tenho me
trabalhado na desconstrução de todas estas coisas. Não sei exatamente aonde
isso vai me levar, pouco me importa também, apenas venho dia a dia deixando em
crer, no que todos creem, de fazerem as coisas como todos fazem, de esperar
exatamente o que todos esperam. Foda-se. Se a voz do povo é a voz de Deus... creio
que estou ficando surdo.
A natureza não faz planos, ela apenas corresponde ao que
lhe oferecemos. A vida funciona mais ou menos assim, mas com seres humanos
existem outras variantes. Atenuantes e agravantes. Porra, com o ser humano tudo
é mais complexo. Existe uma luta travada sempre, daquilo que verdadeiramente
somos, e daquilo que pretendemos ser, os ideais em sua grande maioria irrealizáveis,
que desembocam em nada.
Olho para minha garrafa de rum, pela metade, isso me deixa feliz, neste
segundo eu não preciso de nada, nada mesmo. É isso, viva momento a momento. E
tome um gole de rum. Eu ficaria nisso eternamente, quando o celular toca. Consulto
as horas, são duas da manha. Não tenho sono, a rua esta quente, calor humano e
calor real, de um tempo infernal. Atendo a merda do telefone:
-Sim...
-Oi Fabiano... tudo bom?
-Soninha... Mas que beleza... E aí, a que devo a honra?
-Que honra Fabiano... Te telefonei porque quero fuder... fuder
agora, tá afim?
Gosto de mulheres que sabem o querem, decididas, firmes e
sem frescuras, são raras ainda. Conheci Sonia há um certo tempo, é uma boa
amiga, ela não deseja nenhum envolvimento emocional e nem tão pouco eu. Ótimo. Apenas
gosta de trepar como uma louca. Então depois, ela desaparece como uma nevoa,
por um bom tempo e fica tudo bem. As vezes manda uma mensagem. Não é casada e
nem tem namorado, gosta de uma outra mulher. A Sonia é uma negra alta, forte,
com seios fartos e cabelos cacheados. Tem um cheiro próprio, que não é perfume,
é da raça. Gosto do cheiro de suor. Sempre de vestido e com uma calcinha minúscula.
Se oferece de quatro e deseja que eu empurre até o talo. Grande puta, grande
vagabunda a cadela emancipada, em uma noite fudida, rompendo as estrelas
fudidas num céu feliz e fudido.
-Com certeza Sonia... Eu até fiquei de pau duro de pensar
nisso...
-Hummm ótimo, tu és meu comedor Fabiano... Comedor
oficial... E a outra comedora é Jessica... Eu amo ela... há,há,há...
-Sei Sonia.. E ai? Ela vai vir junto?
-Não. Eu te pego ai... Tudo bem?
-Tem rum na casa?
-Claro meu negro... Claro que tem, tudo que quiseres... rum
e buceta tá bom assim? Mas acho que não vamos para minha casa... vamos
aventurar...
-OK.
Ela estava no cio. Perfeito. A vida deve ser assim, sem
força, instinto e natureza. Fica meu conselho: foda com tudo a tua volta, sem
dó ou piedade, mas com intensidade.
Desligo o telefone e sirvo mais uma dose caprichada de
rum. É como veneno incendiando as veias, fazendo víboras dançarem no estomago
.Toco no pau, ele esta bem, meio duro, abro a calça e dou uma boa mexida nele,
ele se anima mais, engrossa, e a cabeça fica molhada. Bom menino digo eu... Eu
sou um filho da puta, e o pau é meu cumplice.
Termino a dose de rum e coloco uma camiseta preta. O
celular avisa que Sonia esta embaixo me aguardando. Desço.
-E ai Soninha... tudo bem...
-Claro... vem, entra ai... que hoje tu és meu...
Ela esta com a cara de tarada. Possivelmente se drogou um
pouco. Ela gosta de aditivos fortes para animar as coisas. As vezes fica meio
insana, mas não nega uns bons tapas na cara e na bunda.
Entro no carro e vamos nos esquentando... O vestido
branco vai subindo pelo meu toque... Minha mão pelas pernas, subindo lentamente
ate a buceta... Sem calcinha... e molhada. Ela me beija, eu enfio dois dedos
nela e depois tiro colocando-os em minha boca... O gosto é ótimo, ácida e
melada, mijo e suor, a vida não poderia ser melhor?
Nos dirigimos para o motel mais próximo. Éramos jatos alados
de desejos vulcânicos numa erupção eminente, que se exploda o mundo, que se
foda o universo. Éramos puro desejo, Sonia é o tipo que não se prende nada, um
trem bala sem freio, ela dá vazão a tudo que sente e tem vontade de fazer, ao
contrario da grande maioria as mulheres ela não teme experimentar nada de novo,
e se der merda deu...
Quando entramos no quarto, luzes apagadas, roupas despencando
no chão, tapas, fúria, ela me chupa com voracidade agarrando pelas bolas
enfiando os dentes no pau... Coloca inteiro
na boca indo até a garganta, é uma cavala. A coisa foi ficando mais insana, o
rum e as drogas faziam o efeito do soro da verdade... Éramos brutais,
grosseiros, agressivos e queríamos arrancar o orgasmo um do outro, fosse como
fosse... Vadia, cadela eu dizia, ela por sua vez... gritava em desespero: filho
da puta... Seu puto de merda... Me come, arromba minha buceta... Quero que o útero
exploda de porra... cutuca meu útero...arranca ele daí...
-Nada disso puta... Vou comer teu cu... Agora...
-Não... não...cu não...por favor...
Falar assim me deixa mais louco.
-Ta com medo? Que porra é essa... É cu sim... e agora...
Ela não resistiu nada... Virou de quatro, cuspi no rabo
dela e o dedão entrou fácil... ela sorria... Num desespero, como uma poesia
linda de final de mundo. Eu me sentia um animal, tigre indócil despejando a fúria
numa ânsia sem fim, éramos um molho de suor, o cheiro forte de cuspe, líquidos vaginais,
esperma e merda. Enfiei no cu, lentamente, abrindo o olho de Tundera, fazendo o
movimento mais rápido... que cu fantástico... Ficamos nisso um bom tempo, então
ela começou a dar indícios que estava gozando... Havia desespero e algo que na
hora não percebi... Então gozamos como animais no cio, eu um touro ela a vaca
maravilhosa... A mimosa de minha vida... então ela diz:
-Vai tira... tira de dentro de mim isso... Seu puto de merda...
tira rápido...
Tirei rapidamente... Então como uma bomba tivesse
explodido... Uma golfada imensa de merda encantada voou sobre mim... A cama, as
paredes e o teto... Uma explosão de merda... eu fiquei do pescoço para baixo
tapado de merda... Como um boneco de cera derretida... mas era merda. Já tinha
me acontecido algo semelhante com outra amiga... Mas nunca naquela intensidade.
Sonia foi acender a luz e quando viu... Ficou sem saber o
que fazer e dizer...
Eu comecei a rir... a gargalhar... Eu era um boneco de
merda fresca... o cheiro não era dos melhores, um boneco fedido.
-Fabiano... que isso...
-Relaxa Sonia... Isso pode acontecer... Afinal é um cu...
Isso tudo saiu de ti...
Sonia agora conseguiu rir, um riso nervoso pareceu.
Havia merda por todo lado... Eu fiquei pensando: mas essa
moça devia estar com uma prisão de ventre, há uns dez anos? Ri... Fabiano o
purgante, o supositório gigante... Fiquei olhando para os lençóis que um dia
foram brancos... Acho que a foda havia acabado naquele instante.
Fomos para o banho e levamos os lençóis junto. O cheiro
era algo. Parecia que o quarto inteiro havia se transformado em uma privada
imensa.
Eu me sinto tranquilo, afinal foi um acidente da situação...
Mas o importante que havíamos gozado. Sonia é maluca, mas não sei como ela vai
reagir depois que ficha cair. Talvez a merda tenha entrando também na cabeça
dela... Estava meio catatônica... Mas não sei por quê.
Uma hora de banho depois, estávamos tão limpos quando
nascemos nesta porra de mundo. Os lençóis
também... Limpamos como deu a parede... E o espelho... Deixaríamos algumas marcas para a mulher que faria a limpeza... Ela
já deve ter visto coisas mais estranhas isso... Pensei
Quando saímos do motel, estávamos calmos, como que
sedados, energia demais gasta, na foda e na limpeza talvez. Sonia me deixa em
casa, nos despedimos como um beijo frio:
-Fabiano... Meu cu ta doendo muito cara...
-Sei... A culpa é da merda que saiu dai... (risos)
-Acho que ta rasgado... e bem rasgado...
-Não... Não havia sangue... Quando rasga existe sempre um
bom sangramento... Já vi isso...
-Que bom.. Menos mal... Imagina eu ter que costurar o cu?
-É... Boa noite Soninha... Fica em paz.
-Tchau Fabiano...
Ela não estava muito animada. Me sentei no bancos do prédio,
olhando as estrelas... a lua. Noite fantástica essa. Um cachorro vem e começa a
cagar na calçada, exatamente bem na minha frente... Eu começo a rir.
Luís Fabiano