Navalhadas Curtas: Padaria
Entro na padaria, aguardo no balcão, enquanto o casal, possíveis
donos discutem:
-Getúlio... Já disse que isso vai ficar caro demais...
-Tu não sabes nada... Tu pra negocio é uma bosta...
Penso: Eu sou uma estatua talvez da praça coronel...ninguém
me percebe...vou dar mais trinta segundos...
-Olha como tu falas comigo... Porque estamos abertos
ainda, por causa do meu dinheiro...
-Vais me jogar na cara agora? Bem que a mamãe disse que
tu eras esse tipo... bah...
-Tipo? Que tipo hein? Diz...
A coisa estava ficando feia... Deveria ir, mas que merda,
tantas padarias em Pelotas e entrei numa... Fria...
-Olha Maria deixa pra lá... Porque isso não vai terminar
bem...
-Nada disso agora Getúlio... Começou vai terminar... Comigo
é assim...
Subitamente eles olham para trás, ao mesmo tempo, e lá estou eu... Cara de
paisagem, queria apenas pão francês... Mas a vida é oportunidade vocês sabem...
então aproveitei:
-Bom dia... Meu nome Carlos Estilér Anton, muito prazer,
sou advogado de direito de família... Muito prazer...
Eles ficam me olhando... Como quem diz: e aí? Eu sorri...
e segui:
-Por favor, vocês poderiam me dar cinco pães?
A mulher me atende... Esta desconfiada.
-Deu 1,65 –ela diz
-ok
Antes de sair eu digo:
-Se precisarem dos meus serviços... Estou as ordens...
Fui embora, e pude ouvir a mulher dizendo pra Getúlio:
-Foi tudo que mandou este cara aqui, não foi??
Luís Fabiano.
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