Navalhadas Curtas: Nave espacial...
Dias atrás, acordei as três e quarenta e sete da madruga. Estava com uma sede feroz. Fui á geladeira. Puta merda, não tinha uma puta de uma cerveja, nada. Porem, não desespero, a felicidade esta a frente de minha casa.
Vesti uma bermuda e atravessei a rua sem camisa. O posto que funciona sempre. Deus deve ser algo assim. Algo que sempre está funcionando, a mão e pronto a te atender, basta querer ir até Ele.
O atendente me deu seis latas super geladas. Voltei á toca. Porem no caminho, vi um cara dentro do latão do lixo. Parecia querer pilotar aquela merda. Aquilo parecia lindo, ele fazia de conta que estava dirigindo, fazia sons com a boca. Parei olhando-o, em uma noite vazia, solitária e quente. Tem coisas que só vemos de madrugada.
O cara me viu:
-Cara esta é minha nave espacial...vou pra lua...agora...
-Legal meu camarada, manda noticias minhas para os filhos da puta que moram lá...a lua é uma merda...(rindo)
Ele achou graça, e disse que estava decolando. Eu abri uma cerveja ali mesmo. Sabe-se lá o que aquele cara queria na verdade. Talvez quisesse, abraçar Deus, voltar para um lugar melhor, sair de sua vida de merda...vai saber lá...
Eu fiquei na minha. Pra mim Deus estava ali no posto vinte quatro horas, e por isso eu já era agradecido.
Luís Fabiano.
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