Cheiro
Ela não gostava quando enfiava o nariz em seus orifícios sujos
Havia acabado de sair do banheiro
Era toda vergonha, timidez e censura
Achava insanidade, doença
Apenas o pior de nós
Eu sorria o sorriso tosco dos brutais
Com dentes sujos e uma felicidade pueril
Mas não adiantava
Eu tinha mais força
A segurava, enfiava meu nariz em cú
e muitas vezes chupava com amor
O que era transtorno,
cedia espaço ao um gemido
E depois outro e outro...
Relaxava em minha boca
e a vida tornava-se bela
É assim
Por vezes é preciso desconectar-se,
entregar-se o que é
um mar ondulante
ou tempestades intermináveis
A paz está ali, aqui e onde quer que seja
Poucos entendem
Por fim trocamos beijos sujos apaixonados
repletos de muito fedor e amor
Nossos sentimentos misturavam-se ao gosto intimo
É bom assim
Como pegar estrelas ao anoitecer
Nossa busca é arrancar do instinto a alma
Do cheiro acre da merda, os sonhos do espirito
O cheiro transporta muito de nossa alma
que como nós
Está preso a um corpo
Por fim ficamos abraçados
envolvidos um nas asas do outro
Como anjos perdidos
Nada mais importa
Luis Fabiano.
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