De princesa a bucho.
Não gosto de discussões sobre beleza. Não concordo com padrões eleitos e certificados como ideais. Existem atenuantes,escolha alguém única e exclusivamente pelo padrão estético e entenderas o que digo.A beleza precisa de outros atributos,se não fica barata demais. Não gosto de padrões, o padrão é um escravocrata informal, empurrando o ser humano para culpa atroz.
A os tentam, eu respeito o esforço,mas é só respeito.
Mas, poucas pessoas podem se tornar lindas em uma fila de caixa. Posso dizer que a fila é muro das lamentações informal. Ali enquanto a dança das carteiras acontece, as pessoas queixam-se, lamuriam-se, consolam-se mutuamente na desgraça! Que exagero.
Então ela chegou.
Um cabelo em um tom escuro indefinível, raízes grisalhas.Tinha por volta de sessenta e dois anos.Entrou dignamente na fila dos idosos, até ai o esperado afinal é um direito que a velhice proporciona.A regalia das rugas.
Fora muito bonita em passado remoto, hoje o corpo, rosto, a pele são brumas do que foram, porem isso não afetou na maneira de ser.
Prestei atenção. Tinha uma tatuagem recente no pescoço, bem ousada, um pequeno dragão negro com olhos rosados, estava cicatrizando ainda. A roupa justa, bem colada ao corpo, não tão perfeito como de outrora, a calça estava tão justa que dividia a frente da vagina, alias uma vagina proeminente, quase gloriosa, generosa mesmo. Não a imaginei molhada.Não apeteceu.
Falava sem parar, inventava assuntos com as pessoas da fila, assuntos bestas, qualquer assunto, o tempo, o calor e essas merdas que as pessoas falam quando não tem nada pra dizer.
Logicamente que a fila da terceira idade ficou alvoroçada. Os senhores entenderam o recado que ela toda passava. Aproximaram-se como piranhas querendo devorar carne tenra.Nem tão tenra assim. Mas para quem tá na seca total, ela tornava-se uma musa.
A beleza toma nova forma, olhos de desejo, de fome tornam o terrível aprazível, ou não ? Bem, para mim torna.
Beijaria a bruxa da Branca de Neve, chamá-la-ia de meu amor, com direito a beijo de língua na boca fétida onde os dentes estão de férias... que delicia.
A nobre senhora, tinha trejeitos não de uma velha metida a gostosa, mas sim de uma jovem mulher de dezoito anos, mexia-se nervosamente,passando a mão no cabelo, gesto puramente sensual quando uma mulher quer dizer que esta ali, sinal primitivo.
É como se tivesse mexendo o rabo, repleto de feromônios do cio! Ela sorria muito. Gostei dela simpática, tenho certeza que no passado foi linda, uma mulher muito desejável. Hoje ainda quer sentir-se assim, precisava disso para sentir-se viva, havia um conflito ali. A puta e a morte.
Na fila que estava, todos riam discretamente, ela chamava muito atenção. Mas era tudo pose, Freud explica, quando algo é demais é porque é de menos.Mas os tios e vovôs que estavam lá se aproximaram, o assunto foi onde era o baila que ela ia.
Notei seu enfado ao falar disso, acho que não queria aqueles “velhos” por perto, talvez imaginasse, tendo que transar ou tentar transar com eles, o trabalho todo envolvido nesta operação, acho que preferia homens mais novos. A vovó era uma gozadora,dessas raras, tem seis, oito ou mais orgasmos em uma relação.Queria manter a peteca no alto, não deixá-la cair.
Por fim foi atendida, falava alto. Quando foi embora foi dando adeus a todos,gentil, uma verdadeira celebridade, olhei para trás para conferir a bunda, interessante, ele rebolava como uma mulata.
Pensei comigo, estes tios estão perdidos, se pegarem ela com vontade,cheia de tesão.Pensamentos malditos pensamentos, lembrei de mim, naturalmente se eu durar tudo isso.Velho, meio babão e broxa...? Puta que pariu.
Por favor, se eu estiver ligados em aparelhos, tirem da tomada.
É meu epitáfio.
Luis Fabiano.
A paz vem, as vezes vai com o tempo.
Não gosto de discussões sobre beleza. Não concordo com padrões eleitos e certificados como ideais. Existem atenuantes,escolha alguém única e exclusivamente pelo padrão estético e entenderas o que digo.A beleza precisa de outros atributos,se não fica barata demais. Não gosto de padrões, o padrão é um escravocrata informal, empurrando o ser humano para culpa atroz.
A os tentam, eu respeito o esforço,mas é só respeito.
Mas, poucas pessoas podem se tornar lindas em uma fila de caixa. Posso dizer que a fila é muro das lamentações informal. Ali enquanto a dança das carteiras acontece, as pessoas queixam-se, lamuriam-se, consolam-se mutuamente na desgraça! Que exagero.
Então ela chegou.
Um cabelo em um tom escuro indefinível, raízes grisalhas.Tinha por volta de sessenta e dois anos.Entrou dignamente na fila dos idosos, até ai o esperado afinal é um direito que a velhice proporciona.A regalia das rugas.
Fora muito bonita em passado remoto, hoje o corpo, rosto, a pele são brumas do que foram, porem isso não afetou na maneira de ser.
Prestei atenção. Tinha uma tatuagem recente no pescoço, bem ousada, um pequeno dragão negro com olhos rosados, estava cicatrizando ainda. A roupa justa, bem colada ao corpo, não tão perfeito como de outrora, a calça estava tão justa que dividia a frente da vagina, alias uma vagina proeminente, quase gloriosa, generosa mesmo. Não a imaginei molhada.Não apeteceu.
Falava sem parar, inventava assuntos com as pessoas da fila, assuntos bestas, qualquer assunto, o tempo, o calor e essas merdas que as pessoas falam quando não tem nada pra dizer.
Logicamente que a fila da terceira idade ficou alvoroçada. Os senhores entenderam o recado que ela toda passava. Aproximaram-se como piranhas querendo devorar carne tenra.Nem tão tenra assim. Mas para quem tá na seca total, ela tornava-se uma musa.
A beleza toma nova forma, olhos de desejo, de fome tornam o terrível aprazível, ou não ? Bem, para mim torna.
Beijaria a bruxa da Branca de Neve, chamá-la-ia de meu amor, com direito a beijo de língua na boca fétida onde os dentes estão de férias... que delicia.
A nobre senhora, tinha trejeitos não de uma velha metida a gostosa, mas sim de uma jovem mulher de dezoito anos, mexia-se nervosamente,passando a mão no cabelo, gesto puramente sensual quando uma mulher quer dizer que esta ali, sinal primitivo.
É como se tivesse mexendo o rabo, repleto de feromônios do cio! Ela sorria muito. Gostei dela simpática, tenho certeza que no passado foi linda, uma mulher muito desejável. Hoje ainda quer sentir-se assim, precisava disso para sentir-se viva, havia um conflito ali. A puta e a morte.
Na fila que estava, todos riam discretamente, ela chamava muito atenção. Mas era tudo pose, Freud explica, quando algo é demais é porque é de menos.Mas os tios e vovôs que estavam lá se aproximaram, o assunto foi onde era o baila que ela ia.
Notei seu enfado ao falar disso, acho que não queria aqueles “velhos” por perto, talvez imaginasse, tendo que transar ou tentar transar com eles, o trabalho todo envolvido nesta operação, acho que preferia homens mais novos. A vovó era uma gozadora,dessas raras, tem seis, oito ou mais orgasmos em uma relação.Queria manter a peteca no alto, não deixá-la cair.
Por fim foi atendida, falava alto. Quando foi embora foi dando adeus a todos,gentil, uma verdadeira celebridade, olhei para trás para conferir a bunda, interessante, ele rebolava como uma mulata.
Pensei comigo, estes tios estão perdidos, se pegarem ela com vontade,cheia de tesão.Pensamentos malditos pensamentos, lembrei de mim, naturalmente se eu durar tudo isso.Velho, meio babão e broxa...? Puta que pariu.
Por favor, se eu estiver ligados em aparelhos, tirem da tomada.
É meu epitáfio.
Luis Fabiano.
A paz vem, as vezes vai com o tempo.
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