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domingo, setembro 27, 2015
segunda-feira, setembro 21, 2015
Aquela praça alí
Aquela praça alí
Aquela era uma praça
Onde nereidas cuspiam
palavrões que afogam
E putas desgastadas
Corroídas
Desfilam entre transeuntes
anônimos que pecam em transe de bolsos vazios
Corações vazios de
guilhotina
Babando desprezo e rancor
Diante de andróginos belicosos
no silencio que agridem
Amam e fodem e comem e
são felizes
No inferno de Dante
retorcido
Rugindo encantos de beleza
Amordaçados entre fagulhas
da emoção
Velhos jogam damas, xadrez,
cartas, vidas escorrendo no banco da praça
A espera do carinho final
De um grelo maravilhoso
que os devolva ao útero em chamas
Da mãe
Da medusa pentelhuda
Gargalhando
Essa é a porra da praça
Maravilha das maravilhas
Declinando afagos quando
passamos
Olhando monumentos e as
cuspideiras Nereidas que jamais Envelhecem
Jamais morrem
Jamais dizem nada
O bronze, o ferro, a farpa
o adeus
Despidos entre bancos e
riqueza
Entrosando simplicidades
Que bailam no que jamais
se modifica em nós
Esse é o canto fudido da
sereia
Fudendo e afogando cus de
cristal
Nas anedotas sem graça
Nas facas que perdem o fio
A voz que vomita agua
olhando para o nada
Você já olhou para o nada?
Um sino que não toca.
Luís Fabiano
domingo, setembro 20, 2015
domingo, setembro 13, 2015
Rei da Bucetas – A saudade é uma carranca fudida feita de ferrugem-Parte 1
Rei da Bucetas – A saudade
é uma carranca fudida feita de ferrugem
Part01
A embriagues é uma
homeopatia feita de cativos felizes. Tudo está vazio, fora e dentro de mim, e
nesta contemplação de silêncios me sinto breve, longo e feliz. Sou animado
profundamente pela minha solidão, pela incapacidade de me aproximar de quem
quer que seja. Todos são Ets que eventualmente falo, cumprimento e até o
sorrio.
Esta vida não poderia ser
melhor, mas a paz é uma coisa estranha, ela não precisa ser exatamente o que se imagina como paz: uma floresta em chamas pode ser paz, morte dos inimigos, um sorriso falso, um beijo verdadeiro uma gozada inesperada
com alguma desconhecida também... a paz é estranha isso é certo, a paz pode ser
comer o cu de algum anjo do céu, parecendo um bonequinho de harpa na mão. Eu
gosto de estar em paz.
Estou tomando dois litros
de vinho, e neste estado é impossível a vida parecer horrível. Todos são belos,
até os horrendos são belos, e mesmo você talvez pareça interessante... olhar
pela janela a rua fria, com luzes que escorrem brilhantes e coloridas, tudo
parece tão...
Sinto a alma em chamas,
uma terrível vontade de fazer merda, um velho ser que jamais morre, no desatino poético
de fuder existência entre as teias que enredam tudo. Existe uma blitz policial
em frente de casa, todos parecem comportados demais, em ordem e felizes. Ninguém foi
preso, agredido e nem se deu mal. Frustrante. Dou uma boa coçada no pau, ele
fica meio animado, meu pau é assim sensível, se você tocar nele, ficará
animado...
Os pensamentos errantes
daquele momento tomam forma, e lembro do Senhor Rei das Bucetas velho amigo... sinto uma
espécie de aperto no peito, que merda teria ocorrido? Não sou um homem de grandes
emoções, aliás creio que não tenho nenhuma que seja relevante.
Fico naquela, vou ou não
vou? Maldito passado que me coloca em situações muito estranhas... é madrugada,
passam das duas da manhã, alma em chamas, um grito desgraçado percorrendo meu
pensamento... que se foda tudo... vou arriscar ir para o Navegantes.
Me visto como sempre, bebo
mais um gole do vinho e deixo sobre a mesa a taça...com um gole. Pego os “olhos
de gato” (gol), ligo o carro, o rádio na federal e BB King esta incendiando sua
guitarra.
Passo pela blitz,
tranquilo e me dirijo ao Navega. Começo a dobrar ruas e mais ruas, minha memória
bêbada se perdeu do local...e agora? Andar nas ruas de Pelotas, não se pode
andar ratiando, você acaba sendo uma presa fácil dos homens maus. Então passo
por uma mulher que vestia uma sainha bem curtinha, coxas lindas e grossas como
eu gosto, uma bunda exuberante e parecia tão alcoolizada quanto eu, logo éramos
irmãos da mesma fé! Para o carro ao lado dela:
-Oi moça...tudo beleza,
sabe me dizer onde é o bar do Rei?
-Do velho cafetão?
-É talvez...onde é?
-Toda a informação tem um
preço seu moço...
Ela falava se babando,
cabelos estavam com uma chapinha terrível, a blusa meio aberta, tetas maravilhosas
que convidavam a tudo, eu já nem sabia se queria ir falar com o Rei... uma
buceta assim, tranquila, bêbada, fácil, é amor a rodo para mim e para ela...e amanhã?
Que se foda o mundo.
-Então diz ai qual é o teu
preço?
-Me deixa em casa...porque
o Zezão quer me comer a força...e eu não...
-Quem é Zezão porra?
-Um monstro cara...tu nem
imagina, a piroca dele é de um cavalo
Porque eu não permaneci em
casa? Estava agora pronto a cair no abismo e eu só queria conversar com o Rei e
Jussara talvez? Merda.
-Tudo bem entra aí...
Ela entra no carro, esta
fedendo a cachaça, a sexo, sovaco e a rabo sujo. Tudo isso é pura poesia pra mim, tive
a impressão que ela estava sem calcinha. Então olhei seu rosto de perto... a
cara tinha muitos hematomas, um pouco de sangue no canto da boca, um canino
faltava.
-Foi o Zezão que fez isso?
-É, ele e os outros
quatro...
-Que exagero tudo isso...
Ela me olha sério.
-Segue em frente e dobra
na segunda à esquerda.
-Ok.
Confesso que ver as pernas
dela ali tão pertinho de deixava de pau duro. Imperfeita das mulheres, fedendo a
prazer, suja, machucada eram uns traços que mexiam com minha libido profudamente, quem em uma madrugada vai querer uma mulher plenamente limpinha, depilada feliz e perfumada? Estou
ficando louco ou é coisa de bêbado? Foda-se.
Segue...
quinta-feira, setembro 10, 2015
Animal Sofisticado
Animal Sofisticado
Sou franco
De poucas
palavras
Econômico em dilemas
Na intimidade
Desprovido de muitas
emoções
Movido por engrenagens
viscerais
Inquietações que bebem de
caos eminente
Tudo é eminente em mim
Carinhos verdadeiros
Os falsos também
Mordaças asfixiantes de
incertezas
E um pouco de alma em meio
a isso
Um animal sofisticado
Jamais vai te incomodar
Jamais ofenderá
Imprevisível entre
anoiteceres
Com amor e ódio intensos
Animal sim
Pairando entre meus
abismos
Na ausência de limites
Capaz de tudo
Sofisticado
Porque não há ruído quando
quebra
Não se rompe ao cair
Não sente quando tudo vai
embora
Jamais se queixa
Não se entrega
Então ela falou: vais
morrer como o super-homem
-Que de foda o super-homem
-Sozinho Fabiano...
Mas eu não vejo nenhum
problema na solidão
E vocês sabem que é o
melhor de tudo?
Ninguém acredita.
Luís Fabiano.
quarta-feira, setembro 09, 2015
Navalhadas Curtas - Travesti Tereza
Travesti Tereza
Dobrar uma esquina sempre pode ser uma fatalidade, virar
a página também, mas tudo bem, estou embebido em álcool, uma sensação única
tecida de beleza nuclear e que cria possibilidades onde nada é por vezes
possível. Foda a, me sinto bem e não desejo nada pôr a ora.
Estou parado agora então ela dobra a esquina, parecia uma
mulher, porém sem muito acabamento, fico olhando analisando. Sempre analiso,
gosto de curvas, de peitos e desta estética moderna que a vida propõe. A mãe
natureza é foda, ta cagando para todo mundo, é ou não é?
Então ela me olha e para:
-Oi gostoso...
-Olá...
-Gostou do que viu?
-Quase sempre gosto...
-Então vem experimentar vem...
-Não é bem assim, preciso ser seduzido
Ela sorri com certa simpatia, então vira de costas, pega
a minha mão e leva direto para o cu, um cu lisinho, redondo uma poesia feita de
apelos de fogo. É um belo cu, e enfio o dedo mais fundo que entrou com certa
facilidade.
Ela mesma retira o dedo e diz:
-Que tal?
-Maravilhoso...
-Ok então, cinquenta reais e vale tudo...completo.
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