“- Abra as pernas para mim.
Eu abri, ele curvou meu joelhos para cima, afastou minhas
coxas ainda mais – aí que momento lindo! – encostou a glande bem no lugar
certo, agarrou meu ombros com os braços em gancho pelas minhas costas, abriu a boca
para me beijar com a língua enroscada a minha em um movimento único e poderoso,
se enfiou em mim.
Senti uma dor fina, quase um estalo, cheguei a querer
deslizar de costas pelo colchão acima, mas ele somente enfiou-se em mim até o
cabo, e ficou lá dentro parado, me segurando forte, para só então terminar o
beijo, e erguer o tronco e começar a me foder, olhando para a minha cara.
E então, com a expressão de homem mais bonita que já vi
na minha vida e exalando um cheiro para sempre irreproduzível, gozou muito
fundo dentro de mim e eu senti, senti mesmo,
aquele jato me inundar gloriosamente aos borbotões aquela pica grossa e
macia pulsando ereta dentro de mim, ai!
Eu não gozei, mas só tecnicamente, porque de outra forma
gozei muito naquele momento, não posso descrever minha felicidade, minha
profusão de sentimentos, me sentir mulher, me senti fodida, me orgulhar de ter
sido esporrada em meio a meu sangue, sem fricotes, com uma verdadeira fêmea
deve ser inaugurada por um verdadeiro macho.
Já li muito livros eróticos e pornográficos, a maior
parte detestável. Já vi de tudo, mas nada pode espelhar aquele instante, nada,
nada, nada, nada, até hoje me masturbo pensando naquela hora, minha fantasia
perfeitamente realizada.
Ficamos amantes uns tempos, até porque acabou meu
noivado. Zé Luís se revelou uma cama de primeira categoria, e mesmo depois que
nos afastamos, ainda dávamos umas incertas...”
Extraído da Obra – A casa dos Budas Ditosos – Luxúria
Autor: João Ubaldo Ribeiro.
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