Noites dos Fudidos e a Beleza dos Desesperados
Não existe a foda dourada, não existe a buceta de ouro,
ou o caralho encantado ou mesmo o cu divino. Não há. Por isso asfixio sempre
meus sonhos, todos eles, vivo a realidade mais rasteira, quero ser a barata
feliz, a minhoca de asas, sucumbindo um dia quente... visceralmente com a
realidade incendiando minhas vísceras. Eis o que quero.
Eduarda era maravilhosa, isso era inegável. Não precisava
de mais nada. Nada de amores complexos, nada crises de ciúmes, nada de brigas,
apenas uma foda e um adeus...até breve? O Fudet desliza pela Duque de Caxias,
noite quente. Era daquelas noites venenosas. Quem sai a noite sabe o que estou
dizendo. Aquelas noites que tudo sopra o bafio do demônio. Gosto destas
noites... mas é preciso ficar atento. É preciso saber ler a noite. Porque pode
dar merda.
Vou ouvindo Joaquin Sabina - De Purissima y Oro !
Próximo ao Farroupilha, tem uma viela que é a rua de
Eduarda. Estaciono na frente. Luzes estão apagadas. Tudo bem. Bato na porta,
Eduarda abre a porta em grande estilo...de lingerie vermelha. Eduarda era o sonho
de qualquer macho. Ao vê-la assim, meu pau sobe imediatamente, tenho vontade de
come-la ali mesmo na porta, com as pessoas passando. Gosto de shows eróticos...
já trepei com gente me olhando e gosto disso, não fico inibido, bêbado é
melhor. Isso me faz lembrar de um casal com grana aqui em Pelotas, ela uma
loira meio velha, mas estava inteira. Eu os conheci na noite.
Bem a mulher
queria trepar com um negro...coisas de fantasia sexual, eu queria trepar...mas
o marido queria assistir. Por mim tudo bem...eu não tendo que comer ou dar, já é.
E foi isso que ocorreu. Fomos para casa deles, uma boa mansão. O maridão
sentado no sofá...enquanto eu devorava a esposa dele... ele ficou ali cheirando
um pouco. Fantasias...a loira fudeu, chupou...deu o cu de quatro, e o marido
apenas sorria, parecia feliz. Depois de duas horas. Fui embora, na porta apenas
o cara foi se despedir então, ele puxou umas notas de cem reais e me disse:
-Toma aqui. Esquece essa casa, esquece essa mulher,
entendeu? Se eu tiver que tornar a falar contigo, não serei tão gentil.
Olhei bem pra ele, peguei a grana, olhei novamente, ele
não era tão forte assim... um soco no pescoço ele iria ficar pensando onde
estava o oxigênio do mundo! Mas não. Fui embora e nunca mais os vi. Mas eles
são uma boa história.
Agarro Eduarda, a beijo, vejo que esta flácida, bêbada,
drogada e sorri com facilidade, a porta está aberta, ela não fala
nada...ajoelha-se a porta e tira o bixo pra fora...vai lambendo lentamente o
saco...elogiando o meu saco grande. Tenho um bom saco. Eduarda sonho de verão,
não tem pressa, lambe gostoso minhas bolas e vai subindo pela base do pau...até
chegar a cabeça do pau. Boquete é uma arte. Fico ali encostado na porta,
pessoas passam na rua e olham aquilo, vizinhas e uns caras, ficam ali, talvez
curiosos ou querendo participar. As pessoas normais gostam de putaria.
Eduarda chupa me olhando nos olhos, lembra muito Jussara.
Ela quer meu leite na garganta... por fim depois um boquete alucinógeno, ela recebe
o leite que tanto quer... Eduarda não está totalmente normal... na rua as
pessoas batem palma, não sei pra mim ou pra ela. Mas fodam-se. Dou um boa
gozada nela... leite cai da sua boca, deslizando entre os seios. Baita
recepção.
Então entramos, fechamos a porta. Eduarda parece exausta
demais. Esta estranha. Se joga no sofá... estra drogue, fala mole como se
tivesse próximo de uma overdose. Deus dá o presente e o diabo a dívida. Falo
com Eduarda:
-Ei Eduarda que há? Ei...ei...
-Sei lá Fabiano... to muito chapada...háháhá...
-Tudo bem...mas que tu tomou?
-Tudo... tomei tudo cara, quero morrer...me chapei,
cheire, pílulas...
A luz vermelha acendeu em mim. Puta merda Deus. Talvez
fosse a hora de mandar...deixa-la lá... entregue a própria sorte. Pensei nisso.
Toquei nela, Eduarda estava gelada... a pressão talvez tivesse baixando demais.
Puta que pariu...ela parecia uma minhoca flácida apagada, entregue a um destino
desconhecido, parecia um verme expelido pelo cu...com uma calcinha linda.
Eu
tento ser filho da puta por completo, mas por vezes é difícil. Ela não me havia
nada de ruim, antes pelo contrário...me deu prazer, me deu sua beleza, e agora
tava mal pra caralho. Já maltratei quem sacaneou, fiz com certo gosto. Agora eu
estava em uma encruzilhada.
Decido encarar a situação.
Vou até ela, e ergo um pouco. A coloco mais acomodada no
sofá. E dou uma vasculhada na casa, pra ver se acho alguma coisa. A casa está
um caos, olho no banheiro. É típico, as pessoas tomam pílulas no banheiro,
gostam de se matar no banheiro. Acho uma boa quantidade de pílulas que ela
tomou derivados do valium. Se ela tomou tudo aquilo uma merda grande vinha
caminho. Vagabunda, puta que pariu vagabunda. Puta que pariu...sua vaca linda
porque você fez isso? Mas que merda!! Ficou com um pouco de raiva. Não perco
tempo, a visto com uma saia e uma blusa leve e solta e coloco no fudet. Vou em
direção ao um pronto atendimento, pago, é claro. No PS a coisa não iria
funcionar.
A jogo no carro...e o fudet é um risco na Duque de Caxias...
Eduarda não responde mais, esta meio morta, desmaiada não sei. Tenho o coração
apertado, ela é tão linda, tão frágil como cristal, queria brincar de morrer?
Ela morreria comigo? Não queria que isso ocorresse. A vida faz coisas
estranhas. Chego um pronto atendimento na Osório. Ela estava leve, pego-a nos
braços... parece não respirar... entro aos gritos no local, as pessoas se assustam:
-Ela ta morrendo...por favor ajudem... ela vai morrer...
Foi como se uma bomba tivesse sido jogada no local...meu
filme da vida real. Que merda. Duas mulheres surgem...a sala de espera entra em
desespero, uma criança começa a chorar, entrei aos berros, eu a levo para uma
sala de procedimentos. Eles são rápidos... em fazem muitas perguntas:
-O senhor... que ela fez?
-Tomou pílulas, se chapou demais e bebeu... acho que
queria morrer...
Fico ali...olhando, ela mal respira. Injetam coisas nela.
E vão pra lavativa, era preciso tirar aquela merda dela. Eu a morte temos um
caso, já vi tentativas de suicídio, já vi sangue abundante por ai, já tive
sustos com a morte alheia. E agora isso. Um boquete maravilhoso se transformou
em hospital.
Sou retirado da sala de procedimentos, enfiariam uma mangueira
no cu de Eduarda. Aquele cu que lambi com tanto gosto. Fui para sala de espera.
Tinha uma senhora que me olhava como se eu fosse um assassino. Eu não fumo, mas
naquela noite seria uma boa noite para começar a fumar.
Passados quarenta e três minutos depois, a medica vem até
mim.
-O senhor é o responsável pela Eduarda?
-Sim eu mesmo.
-Bem, ela ai ficar bem, mas se o senhor não a tivesse
trazido...ela morreria. A pressão dela tava muito baixa e caindo, agora ela está
voltando e estabilizada. O senhor agora pode preencher os papeis ali na recepção?
-Claro.
Eu havia me esquecido que a vida tem preço. Mas agora que
isso importava? Umas cervejas que não tomaria? Preencho papeis, pago no cartão,
depois vejo como isso fica. Eduarda viveria... mas até quando? Começo a chorar,
um alivio no peito, como um traço tão forte que grita em um silencio profundo,
misto de tristeza, Eduarda puxa vida Eduarda. Eu o maldito entre a vida a
morte. Ela tão linda, uma borboleta suave, despindo a vontade de morrer.
A atendente me olha, parece que esta comovida com minha
dor. Não queria pensar mais nisso. Prazer e dor por vezes rimam.
A noite virou dia, eram oito horas da manhã. Eduarda me
olha, e tem um sorriso lindo, olhos languidos, renasceu.
-Fabiano...me desculpa...tu é o meu salvador...
-Não Eduarda, eu não costumo salvar nada a minha volta.
Ela sorri leve.
A medica entra e disse que podemos ir embora. Eduarda
esta meio mareada, mas medica disse que é normal em função dos medicamentos.
Ganhamos rua, o sol brilhava forte, o calor intenso. Mas
você sabe e eu também sei, que a história poderia ser completamente diferente.
A deixo em casa, e ela me pergunta antes de sair:
-Que vais fazer Fabiano?
-Agora?
-Vou cair na minha cama e morrer.
Ela sorri, eu também. Até a próxima noite.
Luís Fabiano.
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