Falsa mulher, internet falsa e uma punheta real

Falsa mulher, internet falsa e uma punheta real

Fúria, fúria, fúria... morre desgraçado filho da puta, morre seu merda do caralho...  eu repetia as facadas, uma dentro da outra, a mão descia rápida, o sangue ia inundando braços, a calçada, lacerações lindas iam se abrindo no tórax, como flores rubras do desencanto, sangue, sangue para todos os lados, o peito exposto, coração parando devagar, e a medida que o sangue me invadia...em frenesi insano eu sentia paz, tua morte horrível era a benção de minha meditação, minha prece a um deus. Por fim tudo foi parando... pedaços de carne sangrento encontravam o silencio...

Não sabia o porquê daquilo tudo...mas sentia uma satisfação imensa com a morte... a raiva encontrou a vingança e agora eu era mais um culpado se inocentando no sangue...

Respirei fundo...e me acordei suado, como se o sangue estivesse em meu corpo...sensação estranha...não acordei assustado, acordei lentamente, achei que tinha matado o cara mesmo... puta merda, qual o sentido daquilo? E precisa ter sentido? A maior parte das coisas que acontecem em nossa vida, não sabemos dos significados, é um mistério... bom assim? Não sei... responda você. Eu vivo no mistério, não tenho planos de voo, não me interesso muito em explicações minuciosas...realmente não me interessa. Eu vivo, vivo a foda e a merda existencial e o que vai acontecer depois? Não tem como prever...você não pode sequer prever o próximo minuto da sua vida. 

Neste exato instante, um ataque cardíaco como estar se iniciando no teu corpo... e talvez você não consiga chegar ao final do texto... bummm! Eu também não sei se chegarei ao final...

Olho as horas...são três e quinze da manhã. Sonho filho da puta...pesadelo da porra. E agora dormir? Puta que pariu. Levantei, peidei e fui até a cozinha beber agua. As janelas do Ap estão sempre aberta de madrugada. Gosto de olhar a noite, as estrelas me acalmam, os carros passando na rua me tranquiliza, pessoas que não conheço traçando seus destinos, talvez tentando viver algo que signifique algo...ótimo assim. No fundo somos todos meio iguais... traçando caminhos diferentes. Nesta noite eu já havia matado alguém ...a noite e seus silêncios...ambulâncias gritam, neon fraco quase se apagando, sarjetas refletindo o luar e as estrelas. Puta que pariu eu gosto disso.

Porque será que eu matei aquele cara? Mas seja como for ele deve ter merecido. Sou um cara justo a maior parte do tempo. Tecnicamente agora eu teria que deitar e tentar dormir novamente. Mas não...liguei a porra do computador e a esta hora fui ver putaria na internet... havia pensando e ligar para alguma das putas que conheço. Mas sinceramente...tudo implica em sair...beber, pega-las em algum lugar inóspito...e ter a sorte de chegar vivo em casa. Tem dias que você não quer complicações. As putas da internet são gratuitas...basta você tirar o pau pra fora...bater uma boa e lenta punheta...deixar o jorro sair tranquilo e adormecer como um anjo mau nos braços do demônio. A paz por vezes é algo simples.

Fui isso que fiz... acabei olhando algumas putaria e trocando um papo no chat com uma mulher que se chamava Bebezinha? Bebezinha o caralho...aquilo devia até ser homem... nunca temos como ter certeza o que há do outro lado. Disse que tinha 36 anos... eu falei que era uma bebe bem criada já... ela responde que eu não vi nada. Sinceramente eu nem quero ver. Machos se fazendo de mulherzinha invadem a rede. É um terreno fértil para fantasias sexuais...é isso...solte seus desejos... isso me faz lembrar de uma história que me aconteceu.

Quem não marcou encontros às cegas via internet? Diga-se de passagem que três de minhas ex-mulheres eu conhecia através da rede então, é a prova que a rede não funciona. E diga-se passagem, todas mentiram tudo... idade, aparência, costumes e jeito.  A rede é um mar de mentiras. Minta e sobreviva.

Foi assim que conheci Luciana. Que tinha um bom papo... uma levada sensual da coisa e não parecia preocupada em fuder. Isso já faz um tempo. Conversamos no chat por longas horas... eu bebendo rum... e ela bebendo champanhe...o assunto tava bacana...e claro fiquei com vontade de conhece-la. Não sei se necessariamente come-la....talvez não...ou talvez sim. Ela se dizia morena, cabelos longos 1,70, 66 quilos, vestia minissaia preta e camisa branca, gostava de ir ao laranjal, gostava de cinema. Puta que pariu...todos os bate papos são iguais não?  Não se conhece gente de verdade na internet. 

Mas talvez para prazeres momentâneos funcione. Acreditei que Luciana era tudo aquilo que ela dizia.

Então em voo cego, marcamos um encontro de madrugada. Eu estava preparado para ser assaltado. Creio que assim que se vive. Você precisa saber que pode se fuder a qualquer momento... inesperadamente e ainda assim se arriscar, risco calculado? É não é nada calculado. Sai de casa com minha esperanças vazias, uma prece feita ao nada...e se nada acontecesse eu estaria no lucro.

Marcamos em uma parada de ônibus na Osório. Realmente lá estava ela...minissaia preta n parada de ônibus e camisa branca...cabelos longos e pretos...Luciana existia.

Encosto, e ela chega até a janela do carro: Fabiano?

-Certamente... Luciana?

Quando ela falou na hora percebi, aquela voz anasalada ... travesti. A noite todos os gatos são pardos...de longe ela parecia uma mulherzinha... mas era um magrão.

-Ei você não é mulher...Luciana...

-Sou sim... tenho alma de mulher...e to afim de sair contigo negro gostoso...

-Mal negócio Lulu...não to afim de comer um homem...

-Tu nem vai notar amor...

Conversamos através do vidro aberto...e eu não abriria a porta. Eu havia me fudido...e agora tinha que sair fora.

-Não tem essas Luciana...buceta é buceta meu bem...

-Meu cu é uma bucetinha linda...deixa eu entrar cara...

-Desculpe Luciana você mentiu... arruinou a breve confiança que me fez vir até a essa hora...

-Me dá uma carona cara...vai...abri ai...

-Esquece Luciana...to indo...

Quando estou arrancando o carro, ela se agarra a janela do carro aos gritos: tu vai sair comigo...sou mulher cara...tu vai ver... a voz agora estava mais grossa, pensei em acelerar o fudett as ganha... mas talvez ela-ele se machucasse... melhor evitar problemas.

Parei o carro... Luciana estava decidida: me dá cinquenta pila cara...vem cá... eu to fudido...vem cá... parei o carro. Osorio deserta, uma traveca agarra janela do carro... tinha que bater de from... desci do carro meio puto:

-Qual é Luciana? Te liga...tu mentiu...se fudeu...

-Não tem essa negão...aqui não tem perda...

Puta merda ela parecia as minhas ex-mulheres conhecidas via internet. A diferença que ela não teria Maria da Penha pra defende-la.

Luciana solta a janela do carro...e  se apruma e larga: e ai vais me dar o 50 pila ou não?

Avaliei a situação. Tem vezes que não tem como resolver de boa. Eu tinha os cinquenta, mas eu preferia gastar em outra coisa.

-Não Luciana...não tenho.

-Tem que pagar cara...ai tem que pagar...

-Mas pagar pelo que?

-Tu me tirou de casa...pra um encontro...

-Mas não tinha da de grana na história...era um papo...

-Tem que pagar...

Respirei fundo...e sabia o final. Não falei mais nada...apenas esperei...é uma questão de tempo. Em uma briga, você tem duas opções sou dá o bote primeiro...ou espere, eu esperei.  Ela ficou falando merdas e coisas caóticas...eu parado encostado no carro. Então em um ataque de fúria ela veio pra cima de mim... e bum. Um soco certeiro no nariz... sangue...e chão. 

Luciana não estava mais tão bonita, havia uma desproporção física...se ela quisesse me ataca deveria ter vindo com uma arma, um tacape ou coisa assim. Ela ficou no chão gemendo...eu me lamentei, eu tinha sangue nas mãos.

Entrei no fudett e sai. Talvez isso tivesse volta? Vai saber. Tudo sempre tem volta. Mas quando vamos nos preocupar com isso? Ali era ela ou eu... então melhor pra mim.

Por vezes não gostamos do que somos...por vezes fazemos merda... por vezes somos o desprezível do quarto escuro, o cão babando raiva, a puta pegando fogo em uma esquina qualquer, o cara que pode te fuder.

Bati minha punheta... e agora estava pronto pra dormir, foram cinco jorros bem longos...olhando uma loira com peitos enormes se masturbando com com quatro dedos dentro da buceta.

Luís Fabiano.