Navalhadas Curtas: Prova de amor
O desgaste já estava nos permeando, então parece que tudo
provoca. Que merda. Nos provocávamos, e tudo era uma prova final.
As vezes gosto que as coisas virem merda. Eu bebia rum, via
teve, pés na mesa de centro, coçava o saco... Estava na paz de Buda, aleluia!
Ela andava com uma vassoura, de um lado para o outro, eu
estava já naturalmente irritado, limpezas são insuportáveis, então veio o
torpedo:
-Fabiano... Tu me amas?
Mentir é mais fácil... Mas a verdade veio a tona como um
vômito incontido.
-Não...
Segui vendo tevê, e ela não pareceu acreditar, fez aquela
cara tipicamente incrédula... Cara de abdução... e seguiu firme:
-Mentira tua... tu me dá uma prova de amor?
A vida é um exercício de criatividade, às vezes. Tudo
bem, pensei... Abri o zíper e tirei o pau pra fora.
-Amorzinho... Vem aqui... Heim... Vem... ”totoza”... Vem
malhar o ferro... vem beijar o rabo do capeta...heim...hum, hum...vem...
Eu fico ali, balangando o pau, numa dança do acasalamento...
enquanto ela me olha escorada na vassoura... Então ela sai da sala de-repente, a
porta do quarto bate.
Puta merda, as pessoas não sabem se divertir.
Luís Fabiano.
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