Tua Boca Em mim
Vem em mim como neblina serena do amanhecer
Querendo sem querer
Sorrindo como um vampiro na jugular
Mergulha tua língua dançarina em minha boca
Carne e alma
Fiapos e pelos em gotas de orvalho que lubrificam
Me sugas com tanta força
Que a paixão que se confunde com instinto
Como vicio inescapável do ilícito
Tua vingança as avessas
Tua garganta, a vagina faminta sem palavras
Lambe a cabeça como um filhote a teta...
Morde sem apertar
Como um torno de veludo e felpas que se dobram
Espinhos de seda
Então no teu fervor
maior que tua fé nos arcanjos
Te entregas a loucura infame de cadelas incendiadas ao
anoitecer
A égua brutal gemendo, mijando e berrando blasfêmias fotográficas
Diante do reverso do destino
Destilando um querer vertiginoso e venenoso
Que adoro como a cura das feridas eternas
Então empurro até a garganta funda
O poço do bem e do mal
Provocando tuas ânsias de vomito, tosse e lagrimas ao
mesmo tempo
Mas não paras, não freias, não diminuis, como um trem sem freios em trilhos sabão
Cujo destino é uma ponte destruídas para o abismo
Meio vida, meio morte
Perdição e salvação em um só golpe
Pede-me pra chamar de puta, vadia e vagabunda e outras
coisas piores...
És a minha quinta sinfonia de porcos famintos felizes
No lodo do encanto, carinho e amor
Não vais parar até matares a sede
Fico nisso, sorrindo
A porra amor, misturando-se em tua merda fértil
Nem sombra ou ambulâncias em silencio
Então como o equilibrista do arame eu caiu nas tuas
garras
Mordes de leve arrancado
Pedaços de minha alma, sangue e esperma doce como dizes
Teu sorriso se mistura a minha porra
És o feto satisfeito a espera do fim
Então se ergue, a promessa paga, com joelhos marcados da
escada
Me beija e quer adormecer em mim
E dizes: amor me guarda pra sempre no teu coração e no
teu cu?
Ficamos nos olhando, os cumplices do crime de amor
Mudos...
E a abraço como se fosse a ultima vez de nossas vidas.
Luís Fabiano.
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