Trecho Solto...
Sandra a travesti...
Rey observou os peitos de Sandra e pensou que eram
bonitos, mas mordeu a língua. Sandra percebeu o olhar de Rey.
-Esta vendo que não me falta nada. Nadinha. E pelo menos
sou mais divertida que essa tua mulher .Ela devia se chamar Angustia.
-E você ainda defende, seu tonto lindo. Vai tomar um
banho e tira essa roupa para jogar fora. Ai, rapaz a gente pode ser pobre, mas
não indigente.
Rey não respondeu .Doeu ouvir aquele “indigente”, mas
logo pensou que não passava de um indigente desde que nasceu.” Essa Sandra é
uma cobra venenosa. Os veados do reformatório eram crianças de colo perto dela”,
pensou.
Num canto do quarto havia um ralo de água no chão. Devia
ter sido um lavabo. Ainda restava a marca. Tomou um banho. Sandra lhe estendeu
uma toalha e lhe deu de presente uma bermuda e uma camiseta. Depois, preparou
uma tortilla com pão e refresco frio. Sandra ficou olhando para ele com
desfaçatez:
-Nem pense que vai deitar na minha cama, porque deve
estar cheio de piolhos e chatos.
-Qual é, que caralho de piolho nada!
-Tá, tá. Ja disse que odeio vulgaridade... Ai, não
consigo encontrar uma homem fino, elegante, cavalheiro, que me de flores de
presente. Não. São todos iguais, grossos, sujos, de boca suja.
-Larga de frescura...
-Ta bom. Você dorme no chão, amanha eu examino a sua
cabeça e o resto porque também não quero ninguém com chato aqui.
Rey ficou quieto. Era melhor não protestar. Sandra lhe
deu uma almofada e ele dormiu no chão. Tranquilamente. De manhã, quando
acordou, Sandra já havia preparado o café .Abriu uma janela e a luz entrou,
deslumbrante. Estava diferente. Vestia um short justo, que deixava a mostra um
pedacinho das nádegas, em cima, um bustiezinho mínimo, de algodão, escondendo
os peitos
Era um mulato muito claro, com uma suave cor de canela e pele linda.
Magro, com uma bundinha compacta, insinuante, o cabelo curto e preto, um belo
perfil de lábios, pernas e braços compridos e finos. Tudo era flexibilidade e
delicadeza, com uma atmosfera de suavidade feminina sedutora.
Extraído da obra: O Rey de Havana - Pedro Juan Gutierrez
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