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domingo, maio 06, 2012




Navalhadas Curtas: Elevador do pânico

Ainda pouco voltava de um cliente. Sentia-me tranquilo... um bom domingo. Entrei no elevador em direção ao quinto andar... um casal abre a porta e entram, pareciam nervosos. Pensei comigo: puta merda...
Então como uma dinamite, o telefone do cara toca. Ela olha pra ele atravessado. Na hora senti o drama... mas ela não se conteve:
-Não vais atender essa merda?
E nos ainda estávamos no térreo. Essa viagem seria demorada.
-Não amor... vou colocar no silencioso...
-Por quê? É uma das tuas vagabundas... te ligando?
Eu não os conhecia... mas com toda certeza eu mataria essa mulher a machadas. Detesto que falem assim... detesto grosseria, prefiro a fria elegância asséptica quase indiferença...
-Não amor... não...
-Então atende na minha frente... vai... deixa eu ver quem é...
Lembrei de uma vez que uma mulher que tive, fez essa cena. Eu joguei o celular contra a parede... destruindo completamente e com os pedaços na mão mandei ela ver quem era... esse foi o nosso adeus... mas acho que aquele coitado do elevador não tinha culhões pra isso... 
Antes do sair do elevador, virei pra trás... e disse:
-Ei cara, compra um machado... 
Fechei a porta...

Luís Fabiano.

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