Navalhadas Curtas: Putas redimidas
Gisele era pra mim a prima dona de todas as vagabundas. A puta mor, a pecadora com alma ardente como o inferno, com um leve toque de anjo na delicadeza da boca de veludo. O negocio dela era pica de todo jeito... não tinha ruim.
Topava tudo, suruba, sexo a cinco... sexo com outra mulher...chuva dourada, chuva negra, bukake e o caralho...
Eu achava tão louca que tinha a impressão que não era de verdade. A verdade é algo estranho... as vezes se trepa... as vezes não... agora você faz com desejo? Com intensão e alma? Aí reside a porra da verdade. Um flash.
Dias atrás a encontrei no calçadão. Muito bem vestida. Esperava que ela fosse falar freneticamente... e escandalosa. Mas não. Contida como uma freira com cinto de castidade. A cumprimentei com educação e parei:
-E ai Gigi... tudo de boa?
-Boa tarde Fabiano... sim tudo esta em paz... e com você?
O tom era de uma dama de alta estirpe. Entendi o silencioso recado.
-Sim Gisele tudo em paz.
Como uma criminosa confessa as avessas, ela vomitou sem eu perguntar nada.
-Fabiano, eu agora sou outra pessoa. Estou tendo um relacionamento muito sério, estou amando e dei um basta a velhos costumes de outrora. O meu passado morreu e esta enterrado...
Fiquei olhando para ela como quem visse um fantasma a meia noite. Afinal todos se modificam em algum momento... afinal a verdade é apenas uma bandeira oscilando ao vento.
Apertei a mão dela e desejei toda a sorte e paz.
Luís Fabiano.
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