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quarta-feira, abril 04, 2012


- Cu horrível -

Por vezes a humanidade fracassa
Quando se depara com suas merdas ainda frescas
A hedionda face sorrindo indiferenças
Como se tudo fosse como fosse
Simples e sem encanto

Tenho pausas filosóficas
Em momentos inesperados
Assolado por um instante atemporal
Deparado com a inocente realidade...
Merda...
Ainda sinto o cheiro quando lembro
Mesmo bêbado
Aquele rabo entoava pesadelos...

Vocês sabem...
Sou descolado... fedidos... com piolhos
Ou faltando pedaços...
Eu encaro... até tocas de formigas
Qual é meu limite? Não sei.

Ela apontou aquela fenda negra em meu nariz
Soube de imediato onde reside o demônio
Respirei fundo... em uma longa golfada de vomito
Escalou a garganta... contive, engoli
Quando ela afastou um pouco, pude ver ali...
Havia tudo, pelos, merda mofada...e farelos de pão
Tive duvidas se tinha manteiga ou não...

Era o cu mais feio que já havia visto...
Disforme, semi-arrombado...
Pensei: como será que ela chegou a isso?
Fui fundo... e ela peidou
Como longa tempestade aquilo passou
Depois quando tomávamos uma cerveja na cama
Sentia-me o mais macho de todos os tempos...
Enquanto ela pensava que eu estava satisfeito com ela
Alimentamos-nos da ilusão
Como a perpetua prisão dos anseios esfacelados
E lá fora... havia muito silencio...
Algo estava errado.

Luís Fabiano.


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