Verborragia
Amo o silêncio de laminas que descansam
De unhas e dentes congelados
De um olhar dardejante incerto
Riscos do desejo e do ódio
Brilho dos olhos de um bêbado final
Mas Sara não era nada disso
Era pior
Falava demais
Insuportavelmente vomitando, cagando e mijando pela boca
Seus dramas... sua loucura... suas carências eternas e a sua solidão
Emendava uma merda na outra
O tricô dos infernos
Queixas e mais queixas...
A inutilidade sem musica
Eu ficava em silêncio olhando o nada
Ausência harmônica sibilando estrelas
Serpente enrodilhada sem atacar
A ouvia até meus culhões estourarem
Talvez em nome de suas tetas... suas pernas ou da bunda...
Mas não da alma...
Ela seguia falando de tudo
Eu distante e indiferente
A procura de pontes que se fazem
Os liames do espirito
Magnetos da natureza
Quando os desejos se encontram
Quando abrimos mão um pouco de nós
Não tomaria seu vômito ou beberia de sua urina
Mas já fiz isso... por outras...
Mas não por Sara...
Por fim ela cansa, me cansa... e migra para meu silencio
Mas agora não há mais tempo...
Nada pior quando não há mais tempo.
Luís Fabiano.
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