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sábado, janeiro 07, 2012



Morbidez engarrafada

Gosto de longos tragos de rum
Como gosto de bundas grandes dançando sobre mim
De putas aladas com saltos agulha
Como dentes ocultos da noite
Pisoteando no meu pau duro para a eternidade...
Isso é fantástico, o clamor surdo nas dobras da vida...
Enquanto adoramos a beleza do nosso jeito
Seja ela de plástico, vidro ou carne...

Talvez como um péssimo vinho engarrafado
Estou ficando pior, eu sei... com muito orgulho...
Vaso da indiferença expostos a céu aberto
Uma crueldade rastejante em eventualmente em mim
E a frieza congelada de um tempo sem tempo
Não me choco com absolutamente nada
E detesto todos que tentam fazer isso

Foi então que olhei a agua estagnada do esgoto
Ela refletia também o luar... e as estrelas...
Como qualquer agua pura... como qualquer um...
Degustava meu charuto e acalentava o pior...
Gosto disso... me deixa alerta... forte... e com a consciência em paz
O esgoto das estrelas
A merda do luar
Os vapores dos meus sonhos
Tudo se misturando a alma

A beleza possível da verdade enfiada no impensável
Como nós equilibristas sem asas
O terrível gestando o novo
Seja como for
Aquilo me deu um pouco tranquilidade
As esperanças que brotaram do concreto
A morte preenchendo-se de vida.

Luís Fabiano.

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