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terça-feira, setembro 06, 2011



Trincheira rasa

Foi entrincheirado de agonias
Que a vi pela primeira vez
Despida de indiferenças
Encantos em flor
Espinhos nascentes
Num mar de torpor eu orei

Na saudade que esgota o corpo
Nos desejos sem asas partidas
Nos penhascos solitários
Nos ecos do amor sonhado
Em ti sonho feito carne
Corpo feito espirito

Na primeira nota que vibrou em minha alma
O encontro no silencio que afaga lágrimas
A beleza nascendo nas caldais da agrura
Nascer do sol vencendo a noite densa

Estranho como a liberdade pode ser triste
Para aqueles que amam as correntes
Por temer o que vem
O futuro em forma de ferida ou flor
Encanto enfiado em desencanto
Sorrisos costurados entre lagrimas
Emoções afivelando almas e libertando asas

Saí das trincheiras
Desnudo de meus temores
Pronto para receber os dias e as noites
Nas dobras de tua intimidade
E se for para agonizar
Serei agonia
Para te perder
Serei o laço que não te prende
O abraço seguro do porto.

Luís Fabiano.

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