Gatas no Telhado
O celular toca de madrugada
Puta merda
Detesto telefones da madrugada
Ele brilha no escuro como olhos de gato
Atendo: hello!
A voz outro lado diz meu nome
Esticando a letra Oooo
Arrastada e bêbada
E diz ternamente: vem me comer agora...
Não, não vou... nunca mais vou te comer...
Bem
Mas já que me acordou faça o show
Gosto de pequenos shows eróticos...
Ela tá maluca e tórrida em uma noite a zero grau
Incentivei-a usar os dedinhos e gemer alto, gosto disso
Uma siririquinha de madrugada é lindo e doce
Ela faz enquanto fecho os olhos e acaricio o bicho
Ele dá uma boa crescida na minha mão, gosto do meu pau
Ficamos nessa bobagem um tempo
Até que ela geme mais forte e diz lógicas insanidades
Bebe mais, se mija, se goza, se pira
Então começa a curva
Não temos mais nada, e ao mesmo tempo isso acontece
Xanas choram e pirocas ficam saudosas
Sem que a emoção seja a liga desta merda
Xinga-me
Diz que me odeia e o quanto sou filho da puta por deixa-la assim
Bem vinda ao clube respondo
Tudo é rancor, dor e lagrimas evocativas
Mas eu jamais volto atrás
Uma vez adeus, é pá de cal
Fico escutando tudo em silencio de oração
Conheço bem este jogo
Fazem sempre a mesma coisa
Meu pau ainda esta duro
E minha paciência ganha o infinito
Então como uma bomba nuclear
Ela bate o telefone na minha cara
Telefones que tocam de madrugada
Que ligam e desligam almas
Mãos invisíveis agarrando-se aos fios
Balançando-os na corda bamba da vida
Voltei aos meus sonhos e pesadelos
Enquanto o celular apagava-se debilmente.
Luís Fabiano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário