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quinta-feira, junho 09, 2011


Bebendo destiladas emoções

Eis o bartender que se aproxima
Um novo bar
Outro balcão
Novos olhos valsando errantes no espaço
As velhas bebidas de sempre
Ancestrais da humanidade
Acendo um charuto para ver o demônio na fumaça
-Boa noite senhor, o que deseja?
-Uma passagem para o inferno, tem ?
-Seja benvindo senhor
Era um autentico bartender
-Uma dose dupla de algo forte capaz de aniquilar o coração
Serviu meu bom e velho rum
Fiquei ali pendendo na ponte
Abandonado aos meus pensamentos
O bar, a noite, a fumaça isso é filosofia da mais pura
Num insight poderosamente bêbado
Percebi que as bebidas mais poderosas, as emoções
Esqueça a boa e velha cachaça e o whisky
As pessoas são viciadas tragicamente em suas próprias emoções
Uma dança macabra daquilo que se é
Daquilo que se idealiza perfeitamente
E de tudo que te frustra
Asqueroso coquetel
Ela é traída e seu coração sentiu sede de vingança
Foi bebendo uma dose imoderada de perda de limites
Quando não suportou mais se deu a primeiro vagabundo que achou
Ele foi bebendo uma dose de amor que começou suave
Então bebeu mais e mais, infelizmente
A ponto de afogar-se
No meu entender deveria ter ser afogado
Detesto beberrões frustrados e escandalosos
Gritam, vomitam e se cagam
Não gosto de drogados que não sabem se drogar
Não me interesso em sentir o limite final de tudo
Porque o final é previsível como uma mosca na lâmpada
Quem não sabe sentir, lidar e vivenciar as emoções
Não é digno daquilo que sente
É preciso saber como sentir a vida
Beber a dose certa de veneno para não sucumbir
Sorri sozinho no balcão engordurado
O bartender fazia agora seu show com garrafas
Alegria e palmas das garrafas dançantes no ar
Aquele bartender era o Deus-Diabo
Brincando o que serviria a nossa alma...

Luís Fabiano.

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