Sombra de Gata.

Ela Chegou junto a mim,
Ronronava suave, jeito fácil.
Jeito que gosto.
Vagabunda.
Queria carinhos,
beijos molhados,
uma língua incansável.
Mas não dispensava um bom
chicote na bunda.
Não havia música, ou poesia.
Uma respiração funda, suspirada.
Mãos que se perdem.
Despiu-se rápido demais,
sem revelar nada.
Carnes quentes.
A olhei friamente.
O tempo fora generoso a sua pele,
Suave e delicadamente enrugada.
Apenas em detalhe.
Ronrona mais um pouco,
faz tudo sozinha.
Masturba-se em mim.
Eu pedaço de carne,

molhado,
Duro,

não sorrio, apenas olho.
Ela queria elogios,
não era possível.
A bunda nunca fora generosa,
agora murcha,
mole e minguada.
Ainda sim, ronronava.
Na mentira de gata que não é.
Não é mais.
Tudo mentira.
Minto que tenho tesão,
ela mente que é gostosa, e
Ambos mentimos que gozamos.
Ela adormece.
Olho ternamente suas tetas flácidas.
As beijo suavemente,
Talvez quisesse,
afagar a sua alma.

Luis Fabiano.