Álibi de silêncios

Não serei necessariamente profundo em minha colocação, mas o álibi é uma justificativa plausível que nos inocenta de um possível crime, o álibi quando não se serve para inocentar é possível de flexibilizá-lo para tornar-lo uma atenuante de uma quase prova de inocência.
Penso que todos em geral são “inocentes” seja pelo crime que for, e creio mesmo que a ”punição”se dá no âmbito da consciência, solitariamente, muito embora muitos de nós tenhamos perdido totalmente a consciência a muito tempo, talvez vendido a consciência, você sabe muito bem, que é possível fazer a consciência ficar calada,se você achar a desculpa certa quase tudo fica emudecido, desculpa capaz de cometer crimes e ainda assim sentir-se livre e inocente, com o tempo ela vai ficando anestesiada e o que era antes uma blasfêmia e absurdo já pode ser entendido de outra forma, sempre penso isso.
Você seria capaz de dizer com todas as letras, desta “água” nunca, jamais beberei?
Não se apresse na resposta. Tenho que se agregarmos os ingredientes corretos, somos capazes de fazer as maiores atrocidades na vida, por vezes cegos por emoções passionais, ou levados pelos impulsos que quase sempre constituem uma catástrofe a todos que nos cercam e a nós mesmos.
Diga-se passagem, a maioria dos problemas do homem, se da justamente por seu descontrole emocional, de seu desconhecimento e profunda indisciplina,quase tudo se lhe torna um problema, porque simplesmente não conseguimos parar para apreciar um por do sol ou qualquer outra beleza que a vida sempre nos propõe, elas ali estão para sorvermos suavemente, mas preferimos questionar, algo e ao questionar perdemos os instantes por vezes mais significativos de nossa vida.
A quem diga que o blog é meu álibi, eu digo que não só é um álibi, mas um recanto carinhoso onde deposito aquilo que fala a minha alma, verto pensamentos repletos por vezes de mentira e por outras permeados de verdade, mas com toda a intensidade de minha alma tanto para um como para outro, aqui é um porto seguro onde deito meus carinhos e por vezes minhas tempestades, onde vocifero e por vezes canto suaves melodias, da voz que vem de mim, do profundo de mim e além de mim.
Pela manifestação de escritores geniais que furto delicadamente seus dizeres, das musicas, puxa as musicas, que tento escolher o que mais espelhe a beleza de um lugar sereno onde eu e você gostamos de reclinar a cabeça. Não uso de falsa modéstia, tenho noção profunda de minha insignificância literária, escrevo para conversar comigo mesmo e para dividir minhas loucuras e devaneios com as pessoas que gosto e que amo, é meu prazer, é meu deboche, minha ironia, sarcasmo, bizarrices e estranhezas que preenchem a vida, é meu olhar esforçando-se para captar o que os olhos não podem tocar e as vezes as mãos não podem ambicionar, quando nada mais pode se aproximar deixo que as idéias façam pontes onde não existem caminhos, o pensar pode fazer isso, estendendo nossa compreensão aos limites de nosso melhor e nosso pior.
Assumo isso, meu álibi é dizer o que me vai alma no momento em que a pena digital se faz mover pelas idéias, pela inspiração do momento guarda muito do meu senso de humor, mas como costumo dizer, é preciso diferenciar a obra do criador pois como tal uma fotografia representa uma prisão do tempo que passou, tais são as palavras, muitas delas serão levadas pelo vento por ai..só deus sabe, ou poderão ser guardadas em teu coração, talvez como aspiração de alguém pela beleza.

Paz e luz em teu caminho.
Luis Fabiano.