O Namorado de Afrodite
Coisa boa e péssima a memória, não posso reclamar da minha, lembro sempre de quase tudo, a quem considere isso um dom, mas tudo tem dois lados na vida, eu infelizmente nunca posso rir da mesma piada duas vezes, por outro lado, bem, eu sou um abobado e gosto de me divertir e rir ainda que por vezes ninguém esteja achando graça nenhuma (talvez isso se de pelo meu lado Coringa, rir bizarramente das tragicomédias humanas...dignas de Talia, não tem como chorar né?).
Mas digo isso porque sempre me lembro de boas histórias(algumas eu gostaria de esquecer de vez) e particularmente gosto disso, historias sempre abrem probabilidades para que a capacidade de cada um pince o que lhe mais prouver, é assim a vida, fazemos escolhas e fatalmente excluímos o restante perdendo ou ganhando, isso não é uma espécie de assassinato?
Assim é, meu amigo Pedrão, cometeu o pecado que um homem de brios medianos não deve cometer, é fatal que todos fazemos besteiras na vida e algumas até podemos atribuir a um possível carma, mas tenho para mim que o maior karma que temos é nossa própria ignorância infelizmente e ela que nos norteia somos seres assim, com algum conhecimento e com um abismo de ignorância. A alguns anos atrás ele me convidou para ir em uma casa de tolerância(ótima esta palavra para puteiro,casa de massagens,a casa das prima,a zona etc..), aceitei, não tinha muita coisa a fazer e afinal seria uma aventura porque era em uma localidade periférica da cidade, ou seja adrenalina para entrar e para sair vivo. Pegamos o carro e chegamos no local na hora da cinderela, ou seja a meia noite, Pedrão queria se sentir em casa,bem eu fiquei mais observandor até queria me animar com aquelas damas mas quando olhei para aquelas putas quebradas, pensei comigo, meu pau não levanta nem com um guindaste portuário...mas a cerveja a sete reais lubrificou meu cérebro e me rendeu um papo “muito” profundo com a dona do estabelecimento, uma criatura com uma historia a parte na natureza, imaginem a cena:ela uma idosa muito gorda sentada em um pequeno mochinho que lhe desaparecia no rabo em relação ao tamanho imenso de sua bunda, ela vestia uma blusa curta, decotada que mostrava seus seios enormes e quase nos joelhos, o rosto algumas marcas da noite, olhos vermelhos e inchados, uma boca vermelha de um batom borrado,e o sorriso amarelo faltando alguns dos dentes, era sem duvidas o inicio do inferno eu estava lá e ria.
Ela me falou da casa, das moças que eram limpinhas de como começou nesta vida dura, de suas filhas que seguiram a sua profissão e esses papos de cafetina, foi divertido e acho que ela gostou do meu papo ou queria minha grana mesmo, me convidou para ficar mais,para chegar mais perto dela essas coisas, mas meu desejo era sair dali,Pedrão já tinha “descarregado” e era hora de irmos embora o quanto antes dali.
Nossa historia realmente começa agora, pois Pedrão conheceu Deise uma mulata belíssima como uma pérola encravada no lixo, era alta, vasto e firme busto, ela era forte como um todo digamos, Pedrão não resistiu, voltou lá, novamente e de novo e de novo, quando ele me contou isso me dou conta, como o amor faz estranhos caminhos no caso de Pedrão foi a xexéca de Deise que lhe chegou ao coração,se apaixonou por ela, isso aliás um clássico de Nelson Rodrigues, o homem “correto” que se apaixona pela puta e quer salva-la a todo jeito, foi isto que ele quis fazer, isso é quase como um mito junguiano. Ele conversa com ela, faz carinhos em seu rosto, beija na boca, aquela boca carnuda que a tantos membros agasalhava todos os dias, é o amor que faz essas magias ou a misérias!Por fim ela topou ir morar com ele e abandonar aquela vida de vez, bem este deveria ser o fim feliz desta parta historia impura,mas não foi.
Assim que ela mudou-se para seu apartamentinho começou tudo direito, afinal agora era uma mulher “direita”,cabe comentar, acho estranho esta terminologia, creio que o mundo esta cheio de pessoas direitas demais, deve ser por isso que vivemos em uma harmonia completa, em paz e todos são felizes, não quero resolver os problemas obscenos do mundo, mas sempre me questiono quando vejo alguém dizendo que é alguém de bem, sempre correto e essas coisas, prefiro acreditar mais naquele que diz tentar ser mais ou menos correto, da mulher que se diz um vadia na cama e uma dama social essa é a perfeita, quem vai querer uma “certinha”(entenda-se certinha por repleta de pudores,medos e travas...) para trepar? Não mesmo,as vadias são melhores.
Nos primeiros cinco meses tudo funcionou, ela se comportara perfeitamente, mas no caso de Deise ela não buscava a salvação,ela era uma puta de alma, fazia tudo com muito gosto nunca se sentiria abjeta, gostava de olhar a cara dos homens após o imenso prazer que ela lhes proporcionava, tinha gosto nisso, como disse, ela era uma puta autentica daquelas realmente respeitáveis cujo o preço é justo.
O habito por vezes faz o monge, no caso de Deise não funcionou,ela começou a dar em cima dos amigos de Pedrão que não titubearam e traçaram a sua amada esposa, o telefone de seu apartamento em breve não parava todos sempre queriam falar com Deise,Deise,Deise, que atendia com naturalidade com aquele sorrisinho típico e sapeca, claro Pedrão a esta altura tinha noção do que estava acontecendo, e do alto de sua masculinidade ferida tentou engrossar com Deise, que não deu certo, ela disse para ele com todas as letras: Pedro Luis, se você vai começar com a ladainha, vou embora agora mesmo para casa de Zulina (a cafetina) e nunca mais me apareça em minha vida, você conheceu puta e eu sou puta, que você quer?!Se me quiser é assim!(só faltou ela expulsa-lo do apartamento dele...)
Falou isso olhando em seus olhos com uma raiva nítida no brilho da retina, ele ficou sem palavras, afinal amava ela, e quando emoções mesmo indignas dominam a mente ficamos embrutecidos ainda que seja diante de um espetáculo, ele aceitou, queria que ela ficasse, foi assim que ela voltou a sua velha tarefa de profissão,de gosto e alma, as tarde fazia uma grana na casa de Zulina, e a noite estava cheirosa,perfumada nos braços de Pedrão que a beijava com sofreguidão e pensava em seu coração: Eu prefiro comer filé acompanhado, que comer merda sozinho, isso o resignava e evitava conflito moral em seu cativeiro informal.
Paz e luz em teu caminho.
Luis Fabiano.
Coisa boa e péssima a memória, não posso reclamar da minha, lembro sempre de quase tudo, a quem considere isso um dom, mas tudo tem dois lados na vida, eu infelizmente nunca posso rir da mesma piada duas vezes, por outro lado, bem, eu sou um abobado e gosto de me divertir e rir ainda que por vezes ninguém esteja achando graça nenhuma (talvez isso se de pelo meu lado Coringa, rir bizarramente das tragicomédias humanas...dignas de Talia, não tem como chorar né?).
Mas digo isso porque sempre me lembro de boas histórias(algumas eu gostaria de esquecer de vez) e particularmente gosto disso, historias sempre abrem probabilidades para que a capacidade de cada um pince o que lhe mais prouver, é assim a vida, fazemos escolhas e fatalmente excluímos o restante perdendo ou ganhando, isso não é uma espécie de assassinato?
Assim é, meu amigo Pedrão, cometeu o pecado que um homem de brios medianos não deve cometer, é fatal que todos fazemos besteiras na vida e algumas até podemos atribuir a um possível carma, mas tenho para mim que o maior karma que temos é nossa própria ignorância infelizmente e ela que nos norteia somos seres assim, com algum conhecimento e com um abismo de ignorância. A alguns anos atrás ele me convidou para ir em uma casa de tolerância(ótima esta palavra para puteiro,casa de massagens,a casa das prima,a zona etc..), aceitei, não tinha muita coisa a fazer e afinal seria uma aventura porque era em uma localidade periférica da cidade, ou seja adrenalina para entrar e para sair vivo. Pegamos o carro e chegamos no local na hora da cinderela, ou seja a meia noite, Pedrão queria se sentir em casa,bem eu fiquei mais observandor até queria me animar com aquelas damas mas quando olhei para aquelas putas quebradas, pensei comigo, meu pau não levanta nem com um guindaste portuário...mas a cerveja a sete reais lubrificou meu cérebro e me rendeu um papo “muito” profundo com a dona do estabelecimento, uma criatura com uma historia a parte na natureza, imaginem a cena:ela uma idosa muito gorda sentada em um pequeno mochinho que lhe desaparecia no rabo em relação ao tamanho imenso de sua bunda, ela vestia uma blusa curta, decotada que mostrava seus seios enormes e quase nos joelhos, o rosto algumas marcas da noite, olhos vermelhos e inchados, uma boca vermelha de um batom borrado,e o sorriso amarelo faltando alguns dos dentes, era sem duvidas o inicio do inferno eu estava lá e ria.
Ela me falou da casa, das moças que eram limpinhas de como começou nesta vida dura, de suas filhas que seguiram a sua profissão e esses papos de cafetina, foi divertido e acho que ela gostou do meu papo ou queria minha grana mesmo, me convidou para ficar mais,para chegar mais perto dela essas coisas, mas meu desejo era sair dali,Pedrão já tinha “descarregado” e era hora de irmos embora o quanto antes dali.
Nossa historia realmente começa agora, pois Pedrão conheceu Deise uma mulata belíssima como uma pérola encravada no lixo, era alta, vasto e firme busto, ela era forte como um todo digamos, Pedrão não resistiu, voltou lá, novamente e de novo e de novo, quando ele me contou isso me dou conta, como o amor faz estranhos caminhos no caso de Pedrão foi a xexéca de Deise que lhe chegou ao coração,se apaixonou por ela, isso aliás um clássico de Nelson Rodrigues, o homem “correto” que se apaixona pela puta e quer salva-la a todo jeito, foi isto que ele quis fazer, isso é quase como um mito junguiano. Ele conversa com ela, faz carinhos em seu rosto, beija na boca, aquela boca carnuda que a tantos membros agasalhava todos os dias, é o amor que faz essas magias ou a misérias!Por fim ela topou ir morar com ele e abandonar aquela vida de vez, bem este deveria ser o fim feliz desta parta historia impura,mas não foi.
Assim que ela mudou-se para seu apartamentinho começou tudo direito, afinal agora era uma mulher “direita”,cabe comentar, acho estranho esta terminologia, creio que o mundo esta cheio de pessoas direitas demais, deve ser por isso que vivemos em uma harmonia completa, em paz e todos são felizes, não quero resolver os problemas obscenos do mundo, mas sempre me questiono quando vejo alguém dizendo que é alguém de bem, sempre correto e essas coisas, prefiro acreditar mais naquele que diz tentar ser mais ou menos correto, da mulher que se diz um vadia na cama e uma dama social essa é a perfeita, quem vai querer uma “certinha”(entenda-se certinha por repleta de pudores,medos e travas...) para trepar? Não mesmo,as vadias são melhores.
Nos primeiros cinco meses tudo funcionou, ela se comportara perfeitamente, mas no caso de Deise ela não buscava a salvação,ela era uma puta de alma, fazia tudo com muito gosto nunca se sentiria abjeta, gostava de olhar a cara dos homens após o imenso prazer que ela lhes proporcionava, tinha gosto nisso, como disse, ela era uma puta autentica daquelas realmente respeitáveis cujo o preço é justo.
O habito por vezes faz o monge, no caso de Deise não funcionou,ela começou a dar em cima dos amigos de Pedrão que não titubearam e traçaram a sua amada esposa, o telefone de seu apartamento em breve não parava todos sempre queriam falar com Deise,Deise,Deise, que atendia com naturalidade com aquele sorrisinho típico e sapeca, claro Pedrão a esta altura tinha noção do que estava acontecendo, e do alto de sua masculinidade ferida tentou engrossar com Deise, que não deu certo, ela disse para ele com todas as letras: Pedro Luis, se você vai começar com a ladainha, vou embora agora mesmo para casa de Zulina (a cafetina) e nunca mais me apareça em minha vida, você conheceu puta e eu sou puta, que você quer?!Se me quiser é assim!(só faltou ela expulsa-lo do apartamento dele...)
Falou isso olhando em seus olhos com uma raiva nítida no brilho da retina, ele ficou sem palavras, afinal amava ela, e quando emoções mesmo indignas dominam a mente ficamos embrutecidos ainda que seja diante de um espetáculo, ele aceitou, queria que ela ficasse, foi assim que ela voltou a sua velha tarefa de profissão,de gosto e alma, as tarde fazia uma grana na casa de Zulina, e a noite estava cheirosa,perfumada nos braços de Pedrão que a beijava com sofreguidão e pensava em seu coração: Eu prefiro comer filé acompanhado, que comer merda sozinho, isso o resignava e evitava conflito moral em seu cativeiro informal.
Paz e luz em teu caminho.
Luis Fabiano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário