Borboleta Errante

Por vezes no colocamos em delicadas situações ou estas simplesmente nos atropelam sem que por vezes seja possível nos deslindar com habilidade e técnica, tal situação por vezes é impensada, inesperada e falando particularmente no meu caso raramente fico surpreendido com qualquer coisa,sou malandro e tento de todas as formas possíveis não cair em “tentações” de ledos enganos, pois meus equívocos na vida a fora me levaram a uma imensa cautela e a um desfazer das imagens e projeções criada pelas pessoas, a mim uma frieza ideal para manter-me incólume, meu ódio é doce, minha raiva é branda, minha fúria é serena , minhas laminas afiadíssimas e envoltas em seda branca em brando e breve descanso...porem nem sempre, porem nem sempre!
Sinceramente não dou atenção à maioria das pessoas que me cercam, costumo dizer para quem convive comigo que o maximo que podem obter de mim são 30% de tudo, os outros setenta são meus e indivisíveis, creio mesmo que nem a meu filho daria mais que isso,como bom cirurgião de almas percebi cabalisticamente que o ponto de intersecção perfeita para um relação funcionar é de trinta por cento para baixo, mais que isso existe um romper de fronteiras acontece, e é onde sempre aparecerá um ou mais passivos e um ativo em sentido psicológico, sendo estes um dos motivos, é curioso sempre quando um tem que ceder demais uma certa injustiça começa a imperar, consegues viver com injustiça? Bem, a maioria das pessoas que conheço sim, por acreditarem que a relação vale a pena e outros motivos não tão importantes,vão cedendo,cedendo, cedendo, um dia se da conta de que cederam tanto que ela ou ele deixaram de existir...essa é a sensação mais idiota que existe!
O assunto não era esse, mas como os pensamentos em minha mente são desordenados, e todo o texto termina por ter vida própria, lamento, acabei por expor um pouco o clitóris do meu pensamento, mas voltando...
Vinha para meu trabalho e por ruas diferenciadas, ruas que geralmente não uso mas devido as obras da cidade isso se faz necessário, sem problemas ,guiando com serenidade uma vez que a rua estava tranqüila em plena paz e então aquela situação a qual mencionei no inicio do texto, coisas sensíveis que por vezes não sabemos como direcionar nos atropelam, curioso mas absolutamente diferente. Uma imensa borboleta laranja adentrou a janela aberta de meu carro, e ficou voando dentro do veículo de um lado para outro vindo pousar impressionantemente no meu ombro, e ali ficou ao mesmo tempo que eu queria prestar atenção ao transito me preocupava mais com segurança da borboletinha, mas ela ali ficou me acompanhando no trajeto do meu trabalho, caminhou em mim e por um momento tive a impressão que olhava curiosa, um momento único.Não poderia pega-la porque vocês sabem tocar nas asas de uma borboleta faz com que ela não voe nunca mais, ela deveria partir como veio a mim, solitária, bela e suave sem que aquilo que é denso em mim a tocasse .
Assim pensei, a beleza sensível e alem não pode ser tocada por mãos humanas e devem ser apreciadas na liberdade que flui, muitas vezes querer tocar é conspurcar o que é o intocado por nós mantém sua pureza e identidade, diante da sublimidade e do refinamento somente nosso hálito deve apreciar secreta e suavemente.
Quando cheguei no estacionamento,ela alçou vôo e se foi, era hora de partir, sempre existe uma hora de partir, me deixou o presente mais belo que a inspiração que busca e vai ao encontro da beleza de cada um, por vezes nossos olhos cegos e obnubilado pelas desimportantes convicções, personalidade excessivas como entender o mistério que nos leva ao sagrado? Como perceber diante do erro mais grosseiro a atitude inconsciente que busca a maturidade?Como saber olhar uma lagarta e ver nela a deslumbrante borboleta.
Não vemos, não queremos ver, julgamos o horrendo pelo horrendo a sombra pela sombra, sem que nossa justiça seja mais abundante.
Voa borboletinha, voa em paz e leva a Ele o filigrana de tua e nossa esperança.

Paz e luz em teu caminho.
Bom final de semana.
Luis Fabiano.