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sexta-feira, abril 04, 2008

Mulher Manequim

Não pense que é meu prazer falar depreciativamente a respeito dos gêneros homens e mulheres, mas é preciso falar alguma coisa, então e como naturalmente nada me surpreende é claro que não posso me furtar de descrever suas bizarrices, e isso sim reside um prazer estético as avessas, talvez mórbido prazer mesmo, mas você sabe muito bem cada diverte-se onde é possível ou como é possível.
Ela era linda, loira, alta pernas esguias e finas demais, sorriso largo e reto com dentes perolados e perfeitos, olhos em tom de verde esmeraldino, cabelos que passavam cerca de meio palmo os ombros, na época tinha trinta primaveras e era profundamente senhora de si, de sua vontade e seus prazeres e de quase tudo que a cercava naquele mundo solitário. Mas algo era estranho com ela, é claro não sabemos certas particularidades das pessoas até que a intimidade se faça mais “evidente”,as vezes literalmente mais profunda, e mais profunda e claro despida, por vezes as roupas ocultam o que o coração disfarça e vice versa ,existe esta simbiose de coisas que ocultam o corpo e de coisas que obnubilam a alma, por vezes um usa o outro em um hospedeiro “bem vindo” nos portais de nossa consciência.
Depois de uma longa conversa chegamos ao conluio e ao intercurso físico,(nome elegante para sexo...rs), bem ai a verdade revelou-se, quando ela despida ou melhor apenas de trajes sumários, íntimos feitos de uma minúscula calcinha e um sutiã breve, eu a uns dois metros dela tive a impressão que era uma”manequim”, ela não parecia uma mulher de” verdade”, parecia uma boneca de vitrine, confesso que naquele instante detestei a mim mesmo, mas agora era um pouco tarde para retroceder, os inconvenientes que isso poderia gerar... bem fui em frente, e quanto mais em frente ia, mas a manequim ganhava vida, então ela revelou-se uma mulher embora hábil, sexualmente sem intensidade ou vida embora soubesse o Kama-sutra ao contrario, sem vida, mas com algum prazer, nada demais ela parecia uma manequim, então intimamente fiquei pensativo naquele estado pós-orgástico, em que o silencio e a vontade de ir embora são coisas muito presentes,então novamente olhei para ela, e não era mais uma manequim, era uma boneca inflável, não sorria, estava nua, a boca semi aberta, e o languido olhar dizia, puxa que eu estou fazendo aqui!!
Sorrimos ambos,aquilo fora um engodo soprado pelos vapores do álcool, mas a realidade sempre vem a tona e ela é cruel, não queria mais vê-la, tocá-la,não, nada...queria dormir.Aos apressados pensaram no drama de consciência,mas não era,ela era um engodo e eu um tolo e ambos cegos e todos presos a teia de uma aranha!
A manequim animou-se novamente e vestiu-se (graças a deus...)iramos embora,a voz metálica dela em meus ouvidos,não a culpo, talvez ela precisasse de um manequim macho para lhe ser complemento, alguém frio sem emoção que a qualquer momento pudesse ficar quieto, imóvel, calado como o manequim da vitrine.
Fomos embora, eu perguntei:você deseja que eu lhe deixe em casa?Ela respondeu, sim, perto de casa.Quando estávamos chegando perto de sua casa ela me disse, você poderai por favor me deixar na frente daquela loja ?Eu sorri e disse: mas claro.
Nos despedimos um beijo frio, sem gosto,ela desceu do carro, e então por estranhos que possa parecer,ela ficou olhando a vitrine da loja,naquela hora?O carro foi se afastando e ela ali fixando a vitrine,estaria ela com inveja da outra manequim?Ou ela estaria se vendo no vidro da vitrine?Não sei.
Decidi ir embora de uma vez, vá que ela realmente sumisse.


Dedicado a homens e mulheres feitos de pedra.
Cuja plasticidade da educação apenas burila arestas,mas que nada
Tocam em seus corações.
Paz e luz em teu caminho.
Fabiano
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