Dias se passavam
Gritos silenciosos
místicos rasgando a alma
Agora ele via sua vida
Sua pseudo vida passou
Sua vida de merda
Agora com 78 sua mulher 70
Isso parecia lindo e doce
de longe
Ele me falou isso com um
olhar sereno pra mim
Não queria mais aquela paz
feita de pigarros e comprimidos
Ler jornal e esperar a porra
da sopa sem veneno de todos os dias
Ouço coisa e tantas coisas
Ele me diz que sua velha
agora é assexuada
Era uma alegoria da
devassa de outrora
Não o toca mais
Esta sem cheiro de mulher
Tem vergonha de tudo mesmo
quando ele mostra o pau
Seu pau ainda se erguia
Como a cabeça do monstro
do Lago Ness
Se fosse bem tratado pela
boca de alguém
Elogiei
Ele segue
Mas agora eu não quero
mais assim
A vida inteira sempre
pensei
Coisas que jamais fiz
Que jamais tentei
Medo sempre o medo
Medo do medo...
Ainda da tempo - eu disse
É dá e tenho pressa agora
Disse isso despindo-se
Com carinho e fúria do
tempo
Peles brancas flácidas
Então completamente nu
Vestiu uma lingerie linda preta
E se sentiu como nunca
Lacunas se completaram
Seu sorriso como a
vingança do tempo
Alcançada de uma vida que
foi boa
Mas que delicia
O melhor
Sua velha nem imaginava
Havia poesia nisso
Porque tem coisas que
jamais saberemos
Melhor assim
Pois a verdade tem sua
beleza
Mas a vida não é de
verdade
Nunca foi...
Nunca será.
Ele se olha no espelho
Mostra flácida bunda e tem
um sorriso
Recomendo que rebole um pouco
Ele faz
As vezes a vida pode ser
boa
Ele tira a calcinha e
observa no espelho
O pau ainda murcho
O imenso
Largo e flácido cu
Quantas mãos entrariam
ali?
Quantos caminhos temos em
nós?
Com carinho
Colocou 3, 4 5 dedos...
Sua mão.
Adeus.
L.F
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