Cagar é Um ato
Divino
Sentei-me ao vaso
Fiz minha oração
de peidos
Os deuses sabem da
verdade
Precisava expelir
Das entranhas esse
mal
Abri o livro de poesia
Páginas destilavam
Sonhos do horror
Entre canções
De um intestino violento
Lamurias,
delicadezas e
Líquidos viscosos
Eu sei que esperanças
fedem
E tristezas vazam
um azedo
Queixas lembram o
milho invencível
Que nunca se
decompõe
Me sentia calmo
Fui expelindo
lentamente
Um grande e enorme
Tolete que fez
minhas pregas
Se dilatarem ao
infinito
A poesia fétida de
minha vida
Tua vida
Nossas vidas
Desmaiando
Nas fronteiras
De um prato demoníaco
Quisera fizemos
isso
Todos os dias
Com as nossas
péssimas emoções
Que a merda dos
Ódios
Raivas
Desamores
o mal
Descessem ralo abaixo
Mas isso é querer
demais
Então pisquei o
rabo
E a poesia do
livro
Terminava em
palavras de amor
Veja que ironia
O amor termina sempre
em merda.
L.F
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