Faço o mesmo caminho sempre,
todos os dias, deixo o carro no estacionamento e vou em direção ao trabalho,
então me deparo com uma senhora que faz a limpeza urbana. Sim todo assim, ela
escuta sempre alguma canção no celular sentada a beira da escada de uma casa,
um intervalo merecido.
Ela está sentada a hora que
passei, vi suas botas sujas, a calça cinza e o traje alaranjado que faz parte
do uniforme, celular nas mãos sem fone de ouvido, uma canção sertaneja toca,
percebo sua mão bem cuidada, unhas pintadas de vermelho, ela não sorri tem uma
expressão distante olhos castanhos e pintados dizem tanto, parecia que não
queria estar ali, parecia tantas coisas.
Dilema de sonhos, riscos de um
futuro e marcas viscerais de um passado de gloria. Queria saber mais, queria
saber de sua história conhecer-se. Ela agora arrumou o cabelo dentro do boné
laranja ergueu-se e voltou a sua faina com uma vassoura na mão, era tanto em
tão pouco.
Luís Fabiano.
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