TETAS DE
ELISA
A vida é
simples
Por vezes
doentia ao mesmo tempo
Assim somos
Elisa eu
Ela ali
jogada e nua
Era uma
poesia maldita e linda
Éramos
amantes vagabundos e a espera de nada
O marido de
Elisa, doente e do mal...
Pessoas
doentes também são do mal
Eu não
sentia culpa, de certa forma entendo que ele merece toda a traição
Fez Elisa
passar por poucas e boas
Abusou dela
Maltratou
Filho da
puta
Então
fudiamos sempre que possível
E a
felicidade se fazia assim
Entre goles
de alguma bebida qualquer
A filha de
Elisa havia crescido
Mas ela
ainda dava de mamar a criança
Coisas
estranhas
Costumes
incomuns
Não me
importava com isso
Nunca me
importo com nada
Porque eu
chupava aquelas tetas enormes
De onde
vertia um leite sem gosto e quentinho no meu rosto
Eu era um
pequeno filhote
Um vaso de
paixões sem macula
Um vagão de
ternura, pecado e caos
Nos
olhávamos com calor
E sem
palavras nos agarramos
Com fome e
febre
Animais
Animais
Animais
Nos
devoramos com requintes de loucura
E tudo era
tão maravilhoso
Beijos convertendo-se
de mordidas
Carinhos
transformando-se em tapas
Afagos
metamorfoseando-se em unhas afiadas
Tudo
molhado e com cheiro maravilhoso de sêmen, sucos vaginais e merda
O cheiro
ácido do leite morno e sem gosto...
Quero
morrer
Quero que
ela morra
E ambos
morremos...
Quando gozo
tenho a impressão de morte
Desfalecido
e jogado...
Voltamos ao nada
Satisfeitos
Como a vida medíocre é.
L.F