Me bate, porque eu gosto
Parte 1
Uma porrada sempre vai ser uma porrada...o que torna tudo
diferente é a intenção. Umas demonstram ódio outras amor...e ai qual você
escolhe?
Tenho levado uma vida tranquila, quase sempre nos dias de
hoje... mas ainda sou um ser construído pelo contraditório, pelo que derroga os
padrões. Mas quando você vive assim é preciso se preparar para se fuder muito,
ou fazer isso de forma que tudo trabalhe pra ti. Prefiro a segunda, não to afim
de passar trabalho. Reservo dentro de mim um recanto animalesco, guardado a
sete chaves, mas que por eventualidade eu deixo sair...é bom dar o que comer
para o teu animal interior, e depois ele saciado, eu volto a normalidade
social, polida e estética pretendida por tudo mundo. Fácil assim.
Foi assim até uma noite destas.
Cheguei em casa não tão cedo, havia passado pouco da meia
noite, abro a janela do Ap, fico olhando a noite visceral e sua garganta cheia
de estrelas magnificas, como pequenos olhos dos anjos ou demônios me convidando
para tudo...para o mal, para o bem, para o trágico, para o prazer e para
loucura toda que guardo dentro de mim. Noite filho da puta brilhando
maravilhosa, como uma lamina pronta para o ato final. Estou com a janela aberta,
uma brisa sopra e uma coceira filho da puta está mim. O bom moço precisava de
um tempo, para que o canalha sorria, beba, foda e de o foda-se a vida. Este é
um cara que com toda certeza não irias gostar de trocar uma ideia.
Olho meu celular apagado, nenhum brilho, nenhuma puta, nenhuma
cadela perdida numa nesta noite. Era preciso evocar a o demônio então. Deixo a
janela aberta e vou até a cozinha pego a garrafa de rum do balcão...e ainda tem
a metade dourada, pego o copo duas pedras de gelo...sirvo o mijo do diabo. O
cheiro invade o ambiente...rum e seu perfume maravilhoso.
Tomo um gole a cedo...e foi como sempre, o fogo desce
acordando as veias do marasmo. Beba, beba, beba e de um foda-se ao que vier
depois. Copo na mão e como magia as estrelas agora estão mais que fantásticas,
são riscos que entoam uma cantiga... as pessoas circulando na rua são liquido
deslizando em sombrios vãos...nem carros com faróis e as mulheres bebendo no
posto frente ao Ap... são todas fantásticas, pouco importando o que carregam
com si, com todos os seus defeitos, suas magoas e depressões afogadas em bebida.
Eu brindo a distância com elas...o copo vai ficando vazio e eu melhor. Rum é o
elixir dos cães. Estou pronto para sair... Vou no banheiro dou uma boa mijada e
mexo um pouco no pau...ele fica meio duro, está sensível e me sinto um porco
querendo trepar, um cavalo, um touro...procurando a sua parceira...sacudo o
pau, pego a chave do olhos de gato e vou para o estacionamento.
Subo no carro, ligo o rádio e a música que toca é Luiz
Miguel-
¨Voy a apagar la luz para pensar en ti,
Y así dejar volar a mi imaginación
Que importa vivir de ilusiones si así soy feliz¨ Contigo
Aprendi - uma balada romântica para um caçador, é como uma cantiga de ninar
cantada para um estuprador adormecer. Dou a partida, a rua está tranquila,
quase vazia, gosto das pessoas vagando por ai... estão a procura de algo também,
o que será?
Me sinto em paz e com as veias em chamas. O olhos de gato
vai circulando devagarinho...pela Bento, carros desmaiado embaçados com gente
fudendo dentro, a droga ao ar livre entupindo narinas nada santas, bêbados e
mendigos deitados debaixo do campo do Pelotas, noite maravilhosa onde os
mestres estão a solta, como um trem alado fora dos trilhos. Gosto de ver tudo
isso...é a poluição da noite entrando em ti, eu amo a poluição, precisamos da poluição
e ser sábio é conviver com essa porra toda e não enlouquecer. Eu vejo música harmônica
e beleza nas pessoas poluição, nas ruas poluição, nos bares poluição, como não
amar isso? Se somos feitos disso. Não é fantástico? Que limpeza que nada, que
santidade porra nenhuma...geramos tanto lixo...porque não somos muito
diferentes dele...
Segue...
Luís Fabiano.
Um comentário:
Não vejo a hora de ler o término dessa história.
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