Phototextografia - 01
Uma rua a céu aberto, uma avenida movimentada de domingo,
pouco depois do almoço, carros lentos trafegam, modorrentos quase cansados, eu também
estou ali. Dirijo com displicência, arrotando churrasco e feliz, estou entregue
ao tempo e o ócio.
Não acelero, estou num cortejo sem mortos. Então... Ela
surge sentada no “cordão da calçada”. Veste jeans surrado azul e uma camiseta
preta estilo polo, para fora das calças.
Tem os cabelos compridos e muito negros como carvão, uma
expressão fechada, os olhos claros de um tom de verde, lábios finos e um nariz
discreto. Está com as pernas abertas e um bebe nos braços. A ponta de baixo da
camiseta esta erguida de onde um seio está pendurado para fora.
Ela dá de mama para a criança e olha o vazio... distante.
Ela é meio animal e meio presa ao mesmo tempo, e é tão linda e tão vulgar em
uma paisagem desmaiada de trivialidades, ela era o ponto de luz e o ponto de
fuga.
Tudo isso num piscar de olhos... eu não tinha minha câmera
ali.
Luís Fabiano.
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