Nunca fui um Bom Marido (confissão maldita)
A real é que sempre soube disso, desde a primeira namorada.
Dizem que as crianças são inocentes. Então eu lamento dizer que eu era um
pequeno demônio, guerreando com minha consciência ainda franca.
O fato não há culpa de ninguém, nem de meus pais.
Deram-me a educação muito boa. Filho único, eu era exigido, mas em mim existia
um verme, a ferocidade, a loucura, a branda e silenciosa vertente da distorção,
da revolução e inquietude. Me sentia diferente. Os loucos sentem assim sabe...
Tinha um cinismo como uma qualidade inerente a alma
humana. Ninguém me ensinou isso, veio em meu dna. Veio em mim assim como outras
coisas magnificas que despertam com o tempo e o gosto. Mas isso não importa mais.
Eu criei a minha própria revolução solitária, me
engendrando na sociedade com muito prazer em cuspir em algumas leis cinicamente,
porque assim é permitido, eu o filho da puta convicto, feliz enquanto, ejaculo
sangue sobre você.
Mas deixa eu voltar ao tema, sou tomado e o verme em mim
se agita e agiganta. Então vieram as mulheres, todas elas, todos os tipos,
velhas, feias, lindas, patricinhas, putinhas encantadas, religiosas,
arrombadas, virgens de quarenta anos, todas e uma fatalidade: todas queriam me
converter no dócil maridinho, feito de amorzinho, casa, cachorro, um passivo da
existência.
E houve um tempo que imaginei que isso fosse felicidade,
assim acreditei plenamente. Cinicamente me moldei convencionalmente idiotizado,
em nome do amor. Eu era cobrado, exigido e tudo isso para ter a graça de alguma
emoção, e o direito a um pequeno pedaço de pele flácida, gelatinosa chamada de
buceta.
É foda.
O amor se desgasta rapidamente ou lentamente depende de
como você queimar o combustível. Sim, eu queria ser o flácido marido, e que a
puta, a esposa trouxesse o que nenhum ser humano é capaz de dar a outro,
felicidade em bicas, ela deveria isso...a mim e eu a ela...
Mas ledo engano meu.
Se você não é feliz por si mesmo, isso não o tornará por
mim, e mesmo os filhos. A felicidade baseada nos filhos, é a projeção do
recomeço que você não terá em si, mas naquela personalidade nova, ingressante,
você torce para que seja melhor que você... e quando ele não é... será uma
tristeza que você arrastara por muito tempo, mas o amor ainda sim justifica
tudo.
E definitivamente eu não sou este homem.
Não sou moldado a isso...e não sou enquadrável. Me vejo
como um selvagem, um brutal estranho. Certamente não sou como você.
Acabei rompendo com todas...para felicidade delas eu
digo, ou elas romperam comigo e isso foi até eu mudar meu padrão.
Revesti meu cinismo de verdade.
Passei a agir como um filho da puta explicito e convicto,
como uma trepada no calçadão ao meio dia. E foi magico, desastrosamente magico.
Destrancaram-se os baús das bucetas e quanto mais canalha exposto eu era parecesse,
tudo fica melhor, assim minha consciência mergulha na paz, nestas noites
medonhas de Pelotas.
Pois você e eu sabemos que é verdade... respiro o
oxigênio dos santos e chupo as tetas de um dragão, ejaculo esperma no seu
banheiro e me ergo como um cavalo louco destilado da noite.
É, eu não sou um maridinho, feito de fodas prontas e
previsíveis, em dias certos, não sou o pai ou o irmão também.
Yes...
Mulheres fechem suas pernas agora, porque de alguma forma
eu estarei ali faço um caminho maravilhoso das letras ao até o clitóris ...me
misturo entre pensamentos e emoções e líquidos vaginais, com teu cheiro de um
dia inteiro, na tua menstruação, nos teus lábios vaginais grudados de cio...e
nas tuas emoções sujas e puras, melhores e piores, teu suor e teu sexo.
E se você sorriu ao ler a minha confissão maldita, és cúmplice.
Luís Fabiano.
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