Maria –01
Ela é daquelas raras
Sofre espontaneamente sempre
Entre suas labaredas e tensões
Suavemente brilha na seriedade quase hostil
Sorrisos entre dentes
Mas no fundo não sabe muito de si
Maria meio nova
Maria uma experiência
Maria segredos do encanto
Traz em si um pesar
Como traços inconfessáveis de um trauma
Quando pensa tenta achar natural
Mas no silencio
Ainda ouve os gemidos dele
A força dele
O cheiro dele
Os desejos dele rasgando mais que o corpo
Maria lembra
Maria abraça-se ao convés
Maria arte que sorri
Sabe que deve abrir as grades do peito
Deixar escapar a dor
Mas ela lembra
E a memória é uma lamina
Que dança dilacerando
Ela sorri
E é como se uma ponte se estendesse
Maria salva
Maria abraços da esperança
Maria dores que disparam
Então caminhando pela praça, encontro Maria
Nos abraçamos
Falamos banalidades
E eu não sei mais como ela esta
Mas parecia feliz
É melhor não estragar nada
Nossas porcelanas são sensíveis.
Luís Fabiano.
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