O alienado Feliz
Eis a cena:
Um bobo sentado a frente da Tevê muda
Olhando a novela, o jornal e o balé
Enquanto uma guerra explode longe daqui
Teu emprego
Teu filho
Teu amor
Uma criança drogada sumindo lentamente
O vizinho pensando em suicídio
E uma doença que não conhece em pessoas que você não
reconhece
Teu carro bonito
Teu corpo perfeito
A conta bancaria positiva
Teu arrependimentos adormecidos
A palavra não dita
Mortes que chegam sem avisar
O teu sorriso fácil
Teu filho aprovado
O medicamento fazendo efeito
A consciência inquieta
Cheiro desagradável
A rosa que secou
Então você sorri a agonia dos felizes
Deixando dias e noites beijarem tua melhor face
E não seria diferente
Construímos nosso viver com a certezas frágeis do tempo
Infeliz ou feliz
Mas necessariamente precisa ser verdade
Aumente o volume aí.
Luís Fabiano
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