Pesquisar este blog

domingo, março 02, 2014

Nádia




Nádia

Ela senta-se a mesa do trabalho
Sente alguma felicidade ali
Dever a cumprir...
Um objetivo
E isso lhe dá certezas...
De estar fazendo algo bom
Todos precisam de um norte

Nádia sorri fácil
Nádia gentil
Nádia fácil de lidar

O dia escorre pelos filetes de luz do sol
Ela fala
Ela aconselha
Ela pouco lembra de si
Mas sempre um algo que não cala
Uma lembrança que arde eventualmente
Longe dos olhos teus...dos meus...
Inconfessável

Mas agora é profissional
Vende esperanças sem tê-las
Despe problemas alheios, sem despir-se
Talvez essa seja a verdadeira cegueira do mundo...
Você não sabe o que arde em Nádia e nem em mim...
E talvez nem em você mesmo...

Nádia seria
Nádia papeis para assinar
Nádia conforto nas asas de um anjo

O dia termina...
Como tudo se termina lentamente
Em um ritual dia após dia
Fechar janelas
Apagar luzes
Ir embora...

Nádia agora em seu quarto
Televisão ligada, para ouvir algo...
Para não se ouvir...
Um drink leve
Esta sozinha
Ela se questiona se esta fazendo o certo
Consigo mesma e com a vida...
Certezas que nunca vem completamente
Mas ela sabe que tem o outro dia
Que outras pessoas virão...
Mais esperanças a vender

Eu observo Nádia de longe
Sorrio leve quase um carinho
Nos alimentamos de pequenas certezas
Feitas de hoje
Nádia apaga a luz...
Desliga a televisão
É melhor voltar a dormir.


Luís Fabiano.


Nenhum comentário: