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quinta-feira, janeiro 09, 2014

Noites dos Fudidos e a Beleza dos Desesperados




Noites dos Fudidos e a Beleza dos Desesperados
 Parte 1 

Este é o grande lance. Viver é um desafio quase meticuloso, buscamos inúmeras receitas para que tudo dê certo, mas a grande verdade que não há receita. Alguns são bons, na esperança que sendo bons, as merdas existenciais não os atinjam, então como uma ironia, os bons acabam também sofrendo... com um breve alivio da consciência.

A consciência é foda, esta sim é capaz de mudar o jogo. Talvez essa seja a diferença. Os maus não tem consciência? Mas este maldito mundo esta entre duas forças, bem e mal, isso é equilíbrio. Nem seja tão bom e nem tão mal. E o que chamamos de mal, a natureza chamaria de lei. Sabemos que a origem de nosso aspecto negativo, deriva não do mal em si...mas dá natural ignorância a qual o ser humano esta exposto trivialmente, pela confusão de ideias tão nobres e desejos tão brutais ao mesmo tempo... o resto serão os meios de chegar até lá. Somos os porras que desejamos tudo ao mesmo tempo, a salvação e a perdição.

É isso seu imbecil...fique sapateando entre a consciência quase suínica, cínica e os afagos abençoados de uma arte suave, capaz de dulcificar e lubrificar a alma, como uma oração, uma oração que faça a alma gozar de por outros meios.

Detesto me repetir...mas a verdade é oque é.
Eu bebia rum, bom rum cubano. Por vezes este é o ponto mais feliz de minha vida. Um copo, duas pedras de gelo, e meio copo servido com paz. Aí fico ali, deixando o mundo se modificar como um meditante maldito. Yes, o filho da puta meditando esperando a porra do universo entrar em paz. Mas eu não desejo paz, eu não desejo serenidade, eu não desejo que o universo conspire com nada. Quero viver, ora bem devagar e ora o mais rápido que conseguir, e encontrar a morte por ai. A morte tranquila, a morte chupando meu pau, a morte cagado em minha consciência, a morte dançando uma valsa sobre o caixão.

O telefone calado, o apartamento quieto, o prédio meio morto. Olho pela janela, a distância na rua, todos pareciam tão bem. Talvez essa seja a solução, a distância é capaz de salvar o ser humano. Viver entre saudade, viver entre possibilidades, viver entre amores platônicos. Sim, estes foram os únicos amores que deram certo em minha vida. Boas fodas é melhor que amor, beijos que asfixiam é melhor que amor, alguém que te arranca a porra do pau, é melhor que amor.

Gosto da rua, gosto da noite, a noite é como uma imensa caverna que não te protege, antes te corrompe. Gosto das alma corrompidas.
Me jogo ao sofá, e a mente tem um incêndio acontecendo. O rum nas engrenagem do cérebro. No meu celular, tem número de muitas putas na agenda, profissionais do sexo. Lembro que quando fui casado, até disfarçava os números e nomes, porque esposas gostam de olhar celular, vasculhar vestígios da traição, é uma tolice, ser pego não muda o jogo, eu sou a prova viva disso. Mas não deixava fácil, nunca fui pego. Talvez até desconfiassem, mas pego nunca. Nunca fui amador. Abri a agenda do celuba. A primeira era a Mila. Nome falso é claro, liguei, tava  afim de putaria agora:

-Alouuu – fala com voz rouquinha...
-Olá Mila, tudo bem? E ai ta livre, é o Fabiano...ta lembrada?
-E ai Fabiano...olha hoje eu to ocupada, aliás to ocupada agora, neste instante tirei o pau da boca para te atender ok? Kisses querido...bye-bye.

É uma profissional mesmo. Comecei a rir. Acho ela bacana, é magrinha ao extremo, loirinha pouco peito, é quase como uma bonequinha de nada, aceita tudo sem frescuras e tem bons músculos vaginais, mas sua especialidade é chupar muito, faz isso como uma mestra.
O próximo nome é Simone:

-Oieeee quem é?
-Oi Simone...beleza? É o Fabiano...teu cliente da antiga...e ai...
-E aí o que cara? Que é ?
-Afim de uma putaria leve... com carinho, quase amor...heim...
-Que isso rapaz? Pode ir parando por ai...eu não sou mais aquela que pecava, por causa do dinheiro. Jesus me salvou...estou redimida, viu? Tu ta vivendo a vida de satã! Pecador dos infernos. O Diabo vai roubar tua alma!! Ta ouvindo? Fabiano...Deus vai te matar...tu vais ver...e vais queimar...

Bati o telefone.
Detesto ladainha...como digo, as pessoas tornam tudo difícil. Não tenho essa de complicações.

Tento a terceira. É Eduarda. Saí com ela poucas vezes. Fazia o perfil mulher inteligente. Boa conversa, te olhava nos olhos chupando o pau, fazia strip e tudo... tinha uma técnica de colocar camisinha que era algo. Só tirava o pau de dentro dela, quando o guerreiro já estava entregue...gostava de ver a cara dela olhando para o pau mole. Sorria safada, ela tirava a camisinha cheia de porra, dava o nozinho e ficava acariciando o pau mole por fim dizia:

-Adoro ver ele assim... assim, tão entregue e passivo. Eu gosto da delicadeza de um pau mole Fabiano.

Ligo pra ela:

-Boa noite Fabiano...tudo bem ?
-Oi Eduarda... sim sim, tudo ótimo...e vc  ?
-Descansada, tranquila... relaxada e morrendo de tesão... gosta assim?Me quer?
-Eduarda tu és a voz dos deuses pagãos! Isso é lindo...
-É Fabiano? É isso que tu gostas né? Então vem negão...vem comer minha bucetinha...vem esfregar esse cavanhaque no meu cu...lindão...

Aquela fala mansa, vai entrando nos ouvidos como uma quinta sinfonia de Beethoven, uma prece aos arcanjos, uma cagada plena após uma refeição. Tenho uma putaria em mim que cresce como rosas rasgadas de um deserto de merda, uma putaria encantada, que brilha em uma noite macabra, quando a miséria faz sua cena, dor, desespero de mim, desespero de ser feliz, desespero atômico.
Não penso duas vezes:

-Eduarda, Eduarda tu és única...o orgulho feminino... vou terminar de tomar meu rum...e vou ai ok?
-Claro amor...vem, vou estar com aquele tipo de calcinha que gostas...enfiada, enfiada quase no útero, me rasgando no meio...

Desliguei o telefone, toquei no pau, ele havia dado uma boa crescida. É bom fazer isso, acariciei um pouco por cima da cueca, ele tava legal. Lembrei que qualquer dia destes preciso deixar ele pegar um sol. Gosto de fazer isso na praia pela manhã, sozinho, bem cedo. Baixo um pouco a bermuda e deixo o pau pegar um bom sol, isso faz bem, o pau fica bem escuro, queimado, boa sensação. Fico pensando em Eduarda, a maioria das mulheres que conheço, não falam assim nunca, nem para seus maridos, nem para namorados ou mesmo namoradas falam assim...existe silenciosamente uma fronteira, feita de muitas coisas herdadas.

Matei a dose de rum e me vesti um pouco.
A casa de Eduarda fica no Fragada. Não tinha pressa, o tempo estava tranquilo desacelerado, sentia meu coração batendo num bom ritmo. Já conheço Eduarda, sedutora, leve. Daquelas pessoas raras. As pessoas gostam de complicar as coisas, ela não.

Pego o Fudet e me descoloco, o rádio tocava Hamilton de Holanda, Luz nas Cordas. Acordes vigorosos, calor nas ruas de Pelotas, gente para todos os lados querendo pegar uma fresca, bebendo cerveja e sendo feliz ou infeliz...

Segue...

Luís Fabiano.





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