Lili-Linguinha
Lili era gloriosa
Possuía uma língua de fazer inveja a lagartos
Chamavam-na Lili-Linguinha...
Era uma heroína capaz de engolir caralhos alados
De todas as cores, todos os tamanhos e todas as religiões
Era a paixão de todos...
Delas e deles...
Ela engoliu meu pau...
Que não é lá grande coisa... mas é grosso
Colocou na garganta... e com a língua alada
Lambia as bolas lentamente
Sem faltar o ar...
Um artista heroica
Um dia perguntei a Lili, como aquela língua havia ficado
daquele tamanho?
-Foi Deus...é coisa de Deus...
Na real sua vida não era lá grande coisa
A língua era grande
Infância feliz, pais ricos, boa educação e uma língua grande
Então a vida mudou um dia...
A porra da vida sempre muda...
Te muda
Me muda
Muda a todos...é fatal...
Agora Lili é puta – graças a deus
Não é muito inteligente...
Não diz nada mais importante que novelas...
E praticamente todos a confundem com a língua
Lili era uma heroína infame
Uma devassa dotada
Um pequeno monstro do puteiro
A aberração das estrelas
Sem que o resto tivesse importância...
O ser humano é seus defeitos ou qualidades
Raramente vemos além disso...
Como sombras intermitentes de nós mesmos...
Um dia Lili desapareceu...
Dizem que voltou para o seu planeta natal...
Sei lá se é verdade
O ser humano também sente falta do desprezível.
Luís Fabiano.
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