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terça-feira, dezembro 10, 2013

Navalhadas Curtas: Miséria Marginal



Navalhadas Curtas: Miséria Marginal

To ali na janela, olhando a madrugada, estou pelado e não há excitação alguma. Então um mendigo vai até coletora de lixo, parece nervoso, raivoso puto mesmo. Fico olhando ele entrando no lixo atirando algumas coisas para o lado de fora, talvez para vender aquela merda  para reciclagem. 

E a paisagem cotidiana tornando tudo tão normal, gente no lixo, gente doente, gente fudida, gente viva e gente morrendo. Tudo tão normal e nada é pior que tudo tão normal.

Então o mendigo sai da lixeira, e começa a jogar garrafas de vidro no meio da rua...estilhaçando-as... uma, outra e outra...uma verdadeira merda. Então um motoqueiro em uma moto estilosa tava passando, e uma garrafa quase o atinge... foi imediato com dedos que estalam. Ele volta e vai em cima do mendigo com tudo:

-Qual é rapá? Ta maluco quase me derrubasse seu merda...
-Vai te fudê... riquinho da porra...vai a merda...sai daqui...sai...

O cara da moto não perde a viagem desce da moto...e começa a distribuir porradas sinceras e pura, socos na cara, na cabeça e um chute arremata a história.

Garrafas quebras, um mendigo quebrado e a violência tão comum, este é o mundo, a floresta existe ainda, e os predadores estão por ai... eu ainda olhava da janela, o mendigo foi de levantando lentamente entre gemidos, bem, ele tornou a vida dele um pouco pior.

Luís Fabiano.


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