Flor dos Ossos
Talvez haja algo para além da alma...
Carne e sangue...gritam sua musica
Mas como um submarino em chamas
A alma emerge eventualmente
E as coisas ficam um pouco diferentes
O amor muda
O olhar também...
E genitais tornam-se deficientes
Mudos, surdos e cegos...
O animal espreita sua apoteose
Como o dente afiado aguarda a carne fresca...
Como um câncer
Que vai carcomendo por dentro...
Tanto lirismo encanta...
Tanta poesia riscando a noite
Estrelas naufragadas
Brilhando esperança
Mas o corpo sente sede, fome e deseja
Tua fome é de alma...
A minha é de tua carne
Minha sede é teu suor...
A tua de carinhos e fluidez...
Meu desejo é te levar as alturas...
Gozando sobre a natureza
Libertando o teu pior...e o teu melhor...
Teu desejo são fiapos de segurança
Em que te equilibras
Tentando reencontrar o que jamais se perdeu...
Eu o corpo
Tu a alma
Brilho luminoso da sarjeta
E as estrelas de nossas vidas...
Se desmanchando em um céu borrado
Então vasculhas a mim...
Tentando encontrar a flor dos ossos...
Mas ossos são apenas ossos...
Nem alma
Nem corpo
Estou ali...
Dentro e fora...
Entre o pulsar do sangue e no vácuo entre as batidas
Do teu peito.
Luís Fabiano.
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