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sábado, outubro 19, 2013

Estuprando a Elegância



Estuprando a Elegância

Minhas descrições ofendem um pouco...
Sim... my love...
Mas há razão na ofensa
Yes baby
 Este contato todo tão humano
Tão sujo as vezes...
Tão cheio de cheiros e gostos...
Minhas sombras
Tuas luzes...
E todas as indefinições... do meio
Tão humano
Tão ofensivo
Tão...

Nada é cozido aqui...
Sirvo in natura
Não me atenho a torturas vãs...
O gosto é carregado
Minhas impressões, são retratos vivos
Mas creio que você não gosta, não é?
Claro que não

Teu recheio de espuma
Tua beleza e vento
Beijos de fantoches
Longe...
Nos traços que dividem
E no olhar da lesma para a borboleta
Sim

Navalhas cortam...
Tigres matam... mas também lambem crias...
Teu olhar se desvia em rasantes
Tua elegância sussurra em fuga
Resguardando um grito furioso contido
Nas luzes apagadas do quarto escuro

Sim...
Sou o teu monstro predileto
Horrendo, fervendo em asco...
Sou o outro lado da moeda
Aquele que nunca olhas...
A teia pronta da aranha
Os caninos afiados do pitbull
Sou o reverso de inverso

Mas numa linha reta...
Você vai perceber
Que não somos
Nada diferentes.

Luís Fabiano.




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