Trecho Solto:
“...sempre tem uma hora que o bar submerge, e me agarro a
mesa e espero pintarem os tubarões ou o crocodilo tic-tac. Não sei o que há
nessas noites que me fazem querer sair correndo e me acorrentam frente a um
copo, me faz rabiscar guardanapos molhados de vodka, me deixam cego pra babies
lindas do lugar.
A noite tira uma na minha cara, me dá tapinhas sacanas
nas costas. A noite é uma nuvem forjada
por Hefáistos me agarrando o pescoço. Vem que tem night. Pluto lá fora
consolando Leila solicitamente com tímidos beijos no pescoço. Júlio César
monologando na calçada contando pra calota de uma Brasília como é dura a vida
de um programador alcoólatra. Essa imagem do vento trazendo notícias ruins vai
sempre me acompanhar.
Que merda. To ficando piegas como um bêbado. As
palhaçadas de sempre no meio da rua, garrafas quebradas e eu me deitando na
faixa de segurança. Respeitosamente pelo aos céus, que se tem que ser, então
que seja um Volkswagen”.
Extraído da obra: Bagana na Chuva de Mário Bortolotto
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