O Tipo machão
Alceu é um tipo duro
Quando ele chega ao bar
Quer mostrar que é o cara
Eu bebia em meu canto
Tenho plena consciência que sou ninguém
Alceu e eu temos algumas diferenças
Mas eu não pretendia acertar nada
Deixo tudo morrer naturalmente
Dentro e fora de mim
Sem força
Sem sangue
Sem problemas
Não ganho e não perco...
E o tempo nos matará a todos...
Então ele me vê, e vem a minha mesa:
-Então Fabiano
-Então...
-Eu ainda lembro de tudo...
-tudo bem...
-Tu casou com ela pelo menos?
-Claro que não, já te disse que era sexo...apenas sexo
-Tu e ela acabaram com a minha vida
Detesto pessoas normais, passionais....
Logo eu detesto boa parte da humanidade...
-Alceu...relaxa aí...
-Relaxa os caralho cara...cai dentro Fabiano, vem...pro pau...
Quando você briga nas ruas desde pequeno, sabe que quem
fala demais não faz nada
Não me mexi.
E Alceu ficou ali, balançando em minha frente como um
lutador de boxe...me chamando
É sempre bom ter um plano B: se fosse inevitável a
garrafa de cerveja acertaria a cabeça dele...
Então o dono do bar veio: se vocês vão brigar, vão lá
rua...agora...
Agora todos nos olhavam
A paz se foi
A bebida tava indo...
-Não vamos brigar eu disse
-Vamos brigar sim – Alceu disse...
-Alceu...tudo bem, vamos brigar, mas vamos beber primeiro
ok? Depois da cerveja a gente briga...
-Fabiano tu és um merda
-Sim.
-Tu não vale a pena nem o esforço, tudo e aquela vadia
que me cornearam...
O dono do bar estava em guarda, talvez esperando o pior.
O telefone de Alceu toca... e era a Lígia...
-Oi amor... sim... arrependida? Claro meu bem...posso
sim... to indo pra aí...
Ele desliga o telefone e sorria muito, quase gargalhando:
-A Lígia me quer de volta...tendeu otário? Há, há, há...otário.
Ele terminou a bebida e saiu feliz
Então eu estava tranquilo novamente, sorri para um
horizonte
Vazio, que arrancava memórias recentes... de quarenta e
cinco minutos atrás...
Meu pau ainda estava molhado da boca de Lígia.
Luís Fabiano.
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