Um jeito de não estar
Tem dias mais francos...
Em que todos os humanos parecem de borracha
A velha boneca inflável, de boca alargada
Eles falam, falam e falam...
Eu só digo sim
O fantoche esquecido
Sou também um boneco
Mais fácil assim...
Ninguém é de verdade...
E vocês não precisam saber que não estou ali...
Os olhos brilham...
Como agua de esgoto refletindo o luar
Vamos nos costurando
Nas linhas do tempo e desencanto
No arpejo do cotidiano viscoso
Sim, assim são as pessoas de alguma maneira...
Não precisam da alma...
Mijam a alma
E se você esta ali...visível...
Não importa onde esteja
Não importa se suas asas estão castradas
Assim me chamam em seu ventre...
Dia, noite, rotina, horários e a espera
Eu sorrio com meus dentes cariados
Sou a emulação plástica do destino
O furor ardente do anoitecer
Existem os que sentem...
E perguntam onde estou
Digo: estou chegando...
Mas não tente me prender...
Se não...
Jamais chegarei.
Luís Fabiano.
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