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quarta-feira, agosto 14, 2013

Um Jeito de Não Estar




Um jeito de não estar

Tem dias mais francos...
Em que todos os humanos parecem de borracha
A velha boneca inflável, de boca alargada
Eles falam, falam e falam...
Eu só digo sim

O fantoche esquecido
Sou também um boneco
Mais fácil assim...
Ninguém é de verdade...
E vocês não precisam saber que não estou ali...
Os olhos brilham...
Como agua de esgoto refletindo o luar

Vamos nos costurando
Nas linhas do tempo e desencanto
No arpejo do cotidiano viscoso
Sim, assim são as pessoas de alguma maneira...
Não precisam da alma...
Mijam a alma

E se você esta ali...visível...
Não importa onde esteja
Não importa se suas asas estão castradas
Assim me chamam em seu ventre...
Dia, noite, rotina, horários e a espera

Eu sorrio com meus dentes cariados
Sou a emulação plástica do destino
O furor ardente do anoitecer

Existem os que sentem...
E perguntam onde estou
Digo: estou chegando...
Mas não tente me prender...
Se não...
Jamais chegarei.



Luís Fabiano.

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