Cu Sujo
Existem aromas marcantes
Doces extravagantes exalando nas calçadas
Amanheceres em desejo de fogo
Salitre dos mares em arrebentação
A estrela solitária do entardecer... tímida
Cheiro da infância boa...
Da primeira linha...
A delicadeza agressiva numa educação de plástico
Cheiro de um vazio, que o outro deixa...
Cheiro de alma...
E do pior
Banheiro usado
E o éter no corredor do hospital... Nunca é bom
Nossos abraços...
Depois de horas e horas de sexo rasgado...
Suor, mijo e sorrisos...
Beijos intermináveis...
Nossos sexos... roçando, esfregando e brilhando
Tenros... Cheiros que misturam...
Lentamente
Em um meio amor...
Em um meio tesão...
Em nossos meios...
Não sei como a precisão matemática
E não importa aqui... ou ontem...
O exatamente do exatamente
Uma besteira sem sentido
E sim...
Quando colocas o teu cu em minha boca...
E minha língua passeia em ti...
Por entre teus pelos quentes e molhados...
No cheiro que é todo teu...
Único...
Orvalho...
E chuva molhando a terra...
Como a esperança do naufrago
E a cura do doente...
Respiro o cheiro como um viciado insano
Tuas raspas e pelos quase me sufocam
E que seja tua merda e tua alma...
Teu peido ou carinho
Meu delírio ou afago...
Me deixo morrer...
E teu cu... e minha língua
Se completam
Entrelaçando
Teias e sisal.
Luís Fabiano
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