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segunda-feira, julho 15, 2013

Bar do Sujeira, Gringos e Alguma Putaria -Final



Bar do Sujeira, Gringos e Alguma Putaria.

Final.

Fernanda esta agitada... Cheirou demais. To ligado nela. Pede uma bebida.
-E que porra vocês vieram parar em Pelotas?
Fernanda atropela:
-Estudar... Somos da Federal... Ta ligado?
-O que fazem?
-Curso de cinema...
Pareciam ser gente do bem. Mas gente de bem também tem dentes...

.....

Por vezes não interessa quem são. Por vezes as propostas são falsas, repletas de fantasias e mentiras. Mas por um outro lado quem se importa? Eu não queria nada muito profundo com a vida... E nem tão pouco com eles. Tanta profundidade me cansa às vezes. Minhas esperanças foram trucidadas há muito tempo... Não creio em amor ou tão pouca fé.

Vivo, vivo como posso, depositando na intensidade de minha respiração toda a minha vontade... Vontade frenética de viver... De lançar-me ao mar aberto... e remar, remar até onde minhas forças permitirem... E ai sim... chegando ou não, descansar...morrer...

Fernanda e Molier tentam parecer a vontade. O bar do Sujeira esta lotado, gente demais falando, e mesmo aquele cheiro barato de gordura e geração Cult? Que porra é essa... Creio que é assim... Precisamos nos acostumar ou sumir.
Deixo a bebida fazer efeito gradual. Ela torna todos os seres humanos melhores, ou piores de vez. Gosto disso... Nada de meio termo. Ou você presta ou é desprezível... Nada de mais ou menos... Os tais dos mais ou menos são foda.

Fernanda cruza as pernas... Fernanda tem pernas lindas. Molier fica olhando o movimento. Não fazia questão de conversar com ele mesmo. Percebi a angustia de Fernanda, num lugar sem musica e lotado... Pessoas conversando. Comecei a olha-la com outros olhos. Olhos tarados, olhos de desejo. Quem sabe? Como sabem... Gosto de chapadas, loucas e criaturas a beira do abismo, falo com Fernanda:

-Porra... tu veio de longe pra fazer cinema... Qual é a tua wibe? Atriz... Direção... roteirista... ??
-Ainda não sei não... Vou fazendo e depois eu vejo... E tu? Qual é a tua wibe gaúcho ?

Olho bem para Fernanda, dou um trago no rum... E digo:

-Que tu achas Fernanda? Você... Essa branquinha ruiva... Olha essa pele... hein...combina com a minha meio marrom... Te liga no tom?

Pego a mão dela... e faço a comparação... Ela sorri... Sorri como as putas generosas sorriem... Como as devassas sorriem.
Molier nos observa atento.
Tem uma cara estranha, ele é meio enigmático ou é viadagem mesmo, não sei... Não se enturma, não relaxa, talvez tenha medo dos selvagens... é o novo. Por mim eu pegaria Fernanda e sairia dali o mais rápido possível.
Que iria acontecer? Foda-se, depois.

Bar do Sujeira era um vulcão prestes a entrar em erupção. Sabem como é gente demais?  Os banheiros entupidos... A noite avançando rápido, as bebidas entrando, madrugada adentro...fumaça de cigarros, a “poeira” no ar... Alguém pega um violão... E fica tocando algo... Pra mim... tanto fazia. Também em meio a tudo isso, eu tinha saudade de minha solidão. Você sabe sobre promessas vazias?

O cara do violão mandava bem... Em ritmo que parecia ser cigano... As mulheres se embalavam ao som... Talvez quisessem dançar de verdade... Ante o meu olhar tudo parecia uma maresia noturna, numa mole ululante... Estava entrando em um estado que o mundo deixa de interessar... E você passa a querer que todos fodam... E se fodam.

Agarro forte agora a mão de Fernanda... Ela sorri como uma pomba gira. É isso, esta tomada... Fernanda não é mais Fernanda... Ela é a sombra da noite vagando nos espíritos perdidos, como o desejo cavalgando suas entranhas, em direção a putaria do encantamento... Quero ser o cavalo louco hoje...
O Bonequinho Molier parecia uma estátua... Atento como um rato. Puxo com a mão Fernanda para meu colo... Ela vem. Sabem quando os átomos estão sobrecarregados? Tudo esta próximo... O minuto que antecede a explosão... O segundo antes que o bisturi corte a pele... sinto o meu pau duro...ficando molhado. Fernanda senta em meu colo... Com aquele vestido, sinto seu corpo. 
Ela coloco os braços no meu ombro... Fica me olhando...

-E agora papai? Que vai ser...
-Calma... Relaxa... Papai vai brincar com você... Seja minha criança... E serei teu playground...

Ela ri.

-Tu és um quadro cara...
-Não... Eu sou um filho da puta... E talvez você nunca mais queira me ver depois de hoje...
-Hummm... Assustador você... Fabiano.

Minhas mãos, vão acariciando agora as coxas de Fernanda... Primeiro por cima do vestido... depois lentamente, como serpentes, vão entrando pelos botões... Joelho... Subindo pela coxa... ela sorri... Por fim toco na xoxota por cima da calcinha. Fernanda esta molhada... Cheirando a cio... Como toda e qualquer cadela... vaca ou égua. Gosto disso.
Estou brutal agora.

Eu sou um cavalo, um touro... eu sou o dragão de cômodo... Quero fuder Fernanda... Nos beijamos, um beijo demorado... Línguas entrelaçadas. Sujeira se aproxima da mesa... Me olha como cara séria... Molier me olha como cara séria... Eles eram inconvenientes... Segui beijando Fernanda com a mão na buceta dela, ela geme baixinho... Eu acho que ficaria ali mesmo. Pensei em fode-la na frente de todos.

Sempre tive vontade de fazer isso... Talvez faça um dia. Já vi tantos fudendo na minha frente... Talvez devesse dar minha oferenda ao mundo... Que merda...
Sujeira chega em mim, batendo no ombro:

-Porra... Fabiano....porra cara...te liga...aqui não né... Leva ela pra algum lugar...
-Sujeira? Calma cara... estamos só nos esquentando os motores...calma...
-Vai esquentar na puta que te pariu...

Sujeira é moralista. E como todo moralista tem merdas em suas vidas. Ele é apaixonado por Rebeca Sharon... uma travesti, queria que Rebeca não fizesse a cirurgia, gostava dela original. O bar esta cheio de drogados, se chapando no banheiro... Ele reclamava que não tinha movimento... Agora o bar esta lotado... pensei em dizer tudo isso pra ele... Pra ele se ligar. Mas não... Deixa assim.

-Tudo bem Sujeira... Tranquilo... já estamos indo...
-Estamos indo amor? Pergunta Fernanda.

Vou pagar a conta... levanto... Estou de pau duro... tudo bem, é só uma ereção. Aproveito para me exibir um pouco. Atrás de mim estão Fernanda e o Molier...
Pago e saímos do local.
Na rua eu respiro o ar puro da noite. Então vem o pênalti. Entramos no carro... e Molier entra junto, fico olhando pra ele... E agora? Fernanda se adianta:

-Fabiano... Nós moramos em apartamento aqui perto... Vamos pra lá... Tranquilo... tudo bem...
-Tudo bem...

As ruas da cidade pareciam feitas de açúcar... Com trilhos feitos de ácido... A noite estava viva, as estrelas pareciam querer devorar. O kadett vai ronronando devagar, em uma esquina, pessoas de branco fazem suas oferendas as entidades ou orixás. Ali estava a fé... Mas que isso interessava agora?

Me sinto deslizar, sou o berro do dragão ecoando nas dores do mundo.
Chegamos ao apartamento. O lugar bacana... Pouca luz... E como animais no cio, nos agarramos na sala... Molier... Fica olhando num misto de admiração e excitação... Ele fica na luz da cozinha... Enquanto eu Fernanda vamos travando uma luta arrancando roupas... Em um frenesi... Queremos nos comer totalmente... Como se o mundo fosse acabar hoje.

As tetas de Fernanda em minha boca... Como um bico rosado... E grande... Adoro mulheres que tenham bicos do seio grande... Ela tinha aquilo foi preenchendo minha boca como se fosse a chupeta de minha infância...

-Puta... Gostosa... vem foder comigo cadela...
-Papai tu é louco... Que isso... papai...

Molier continuava distancia... Era um voyeur profissional. Tudo bem... Ele que fosse o que quisesse, tava cagando...
Éramos vermes entregues... Arranquei as roupas de Fernanda, ela a minha, ela arranha minhas costas... Estamos em pé... A empurro sobre um sofá velho... Minha boca mergulha naquela xoxota rosada e sem pelos... Molhada com melhor liquido do mundo... Ela geme baixinho... Arqueando as costas... vou lambendo o grelo dela... E depois sugando aquele grelo... Lentamente, esticando em minha boca e língua...

Olho para o lado... Molier esta nu... Batendo punheta na porta da cozinha... O veadinho tinha um corpo todo afilado de mulher, até uns pequenos seios tinha... E um micro pau... Fernanda agora o esta chamando junto a nós... Ela vai virando de quatro... Aquilo tudo era jogo... Molier vem... Agora parece tresloucado... pensei: puta merda...e agora?
Fernanda oferece o cu para Molier... Que cospe e vai entrando devagarinho... Fernanda esta sobre mim... E meu pau entrando em sua xoxota... Fernanda DP (dupla penetração), Fernanda a fadinha de merda... Safada, vamos fudendo os três... Ela fala entre gemidos...

-Adoro isso... Adoro isso... Adoro isso...

Nos éramos um trem de prazeres... Molier ainda não emitia nenhum som... Quem fode, e fica em silencio completo? Foda-se. A coisa foi numa crescente... Sentia o pau fundo em Fernanda... ela gritava: Molier... Molier... rasga meu cu...eu quero mais...
Aquilo duro um bom tempo... Então como uma explosão, entre gemidos e uivos... gozamos os três... Como uma espécie de santa trindade as avessas... Puta que pariu... Eu me sentia bem... Sentia paz.
Fomos nos recompondo. Molier acende um cigarro... Eles fumam... Existe silencio demais. Não tava entendo nada... mas nem queria. Então Molier levanta-se depois de um tempo... E vem ate a minha frente... Fica me olhando nos olhos. Então sorri e vira de bunda pra mim... Abrindo o cu, diz:

-Fabiano... tu me come agora?

Olhei bem o cu de Molier... E não me sentia excitado com aquilo.
Já me ofereceram muitos cus... Gosto de cu. Mas não de Molier. Nisso Fernanda veio até mim... E começa me chupar. Fernanda tem uma boca rara... Chupa lentamente, sem pressa engole o pau todo... Molier ainda tem o cu apontado para mim... Eles estavam forçando a estrutura... Mas não ia rolar. Molier parecia uma mulher... Mas não era uma.

Fernanda atraia Molier mais para perto... Ela queria que eu comesse o cara... Eu empurrava o cara pra longe... Não curto nada forçado... Aquilo já estava me incomodando... Que merda...
Quando empurrei Molier pela terceira vez... Fernanda parou de me chupar, e parecia incomodada, irritada mesmo:

-Porra cara... Que te custa? Enfia esse pau no cu dele... Isso é uma festa porra...

Molier se vira... Parece confuso e triste... chateado talvez...

-Seguinte Fernanda... Homem não é a minha praia... Como já disse diversas vezes por aí... Se for um travesti operado rola... De boa... esse é meu limite...rs..rs..
Disse rindo.

-Fabiano, olha a cara do Molier? Ele tá triste... Eu prometi pra ele que nos iriamos te comer os dois...
-Guenta Fernanda... Promessa sem me consultar? Seguinte a festa acabou... Chega...
-Porra Fabiano... Que custa tu enfiares um pouquinho no meu cu? Disse Molier...
-Molier nada contra cu... Apenas não é da minha vontade... ta ligado? É simples...

Os dois estavam aborrecidos... E começaram a se vestir... eu também.

-Bom cara – disse Fernanda – tu és preconceituoso... Então da o fora da aqui...
-Nada disso Fernanda... Eu to tranquilo, então eu sou obrigado a gostar de cu de homem? Te liga né... Preconceito é outra coisa... Porra.
-Não interessa... Da o fora daqui cara... Chega... Vai pra puta que te pariu... some...

Nestas horas... você precisa estar tranquilo. Olhei bem para os dois... Eu daria conta se fosse preciso agredi-los... Mas não sou assim. Costumo ser um saco de pancadas... E saio tranquilo, numa espécie de elegância medíocre, sempre resolvo meus problemas assim. Das vezes agredi... As coisas não deram muito certo.

Fui saindo porta a fora... Molier estava atrás de mim, e Fernanda gritava lá atrás. Eu viro pra trás... ele esta me olhando, pergunto:

-Que foi?
-Desculpe... eu não...
-Tudo bem Molier... Tudo bem...
-Posso pedir uma coisa?
-Claro ( não sendo pra comer teu cu, disse rindo)...
-Me da um abraço?

Fui até ele... E o abracei de boa. O cara era um passo de carência...
A vida propõe coisas que as vezes que não entendemos... Eu tento entender sempre o que vem, mas vinha vida é uma surpresa... E é preciso estar atento... Vou vagando, sem destino, vou andando sem saber aonde chegar... E agora estava voltando para casa, e sorria sozinho... Que noite fantástica.
Diante de mim... O sol, começava a nascer.



Luís Fabiano.

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