Clarice
E seus olhos estavam tristes...
Não trocamos uma única palavra
Não sei de Clarice
Não sei de mim
Clarice sorri...
E o tempo berra entre nossas distancias
Clarice fala
Eu falo...
Clarice se queixa...
Vida em desalinho, o ontem em breu
Eu escuto Clarice
Clarice me cansa... Se cansa
Tento ver em Clarice uma beleza...
Clarice tornou-se aquelas mulheres que não despertam
nada...
Clarice meio morta... meio viva...
Sem cheiro de femea, sem cio, sem brilho...
Clarice entoa a sua musica... dor, remédios e câncer...
Em algum lugar, mãos amarradas...
A impotência diante da grandeza
E Deus troca de lugar com o Diabo
E a vida se coagula em sonhos arrancados...
Raiva de Clarice... Raiva de Deus... Raiva de tudo que é
assim...
Clarice se abraça em mim...
Eu não tenho nada em mim...
Queria que ela fosse a vampira então...
Sugasse de mim o que precisa
Os excessos se calam...
As emoções deslizam sorrateiras para fora do peito
Clarice adormeça...
Clarice sonhe...
Clarice voe...
Queria ser a ponte dando passagem a afagos e ternura
Mas sou o louco devorando a noite
Bebendo do fel e do mel...
Clarice me olha nos olhos...
Clarice chora...
Eu também choro...
Eu preciso ir...
Clarice também...
Partimos... engolidos pelo tempo
Hoje não sei de Clarice...
E ela não sabe de mim.
Luís Fabiano.
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