Rei das Bucetas, noites medonhas
e putaria desenfreada
Somente quem usa óculos sabe
o que estou falando. A porra das lentes ficam engorduradas... E a pessoa que
fez isso sabia... Naturalmente para mim não há surpresas! Nunca há surpresas...
exploda uma bomba atômica, estupre um camelo no calçadão, caminhe sobre
brasas... E eu vou achar tudo isso absolutamente normal... Digo em voz alta:
-Puta merda... Jussara...
-Amor... amor...amore
mio... Que saudade... seu merda...
O Rei das Bucetas sorri
com todos os dentes... E não perde a oportunidade:
-É Fabiano... Ela esta no
cio hoje... Sinto o cheiro de longe de uma mulher com desejos...
-Porra... Rei... Quando eu
ficar mais velho... quero ser como tu..
-Besteira filho... tu
serás...melhor que eu...ou bem pior...
Jussara, estava de
vestido, é uma víbora de prazeres intensos... Sabe o quanto eu gosto de
vestido... Tira meus óculos e vai lava-los com lava louça... E volta sorridente
e senta-se no meu colo.
-Bonito isso filha – diz o
Rei... muito lindo... É assim que gosto da vida...
-Rei... O Fabiano... é
meu...e com a tua benção...né?
O Rei sorri:
-Fabiano... é da vida
Jussara...mas se ele te quiser... tu deves aceitar...
Estou em silencio,
acariciando os joelhos expostos de Jussara, lindas pernas... Coxas intensas de
uma negra repleta de músculos e força... Ela é assim... Intensa... e tão
verdadeira que parece uma ofensa. Nada é perfeito, ela tem paixão em demasia...
E como qualquer merda em demasia, é um problema. Mesmo o amor é uma merda em demasia...
a burrice...a inteligência... O ser humano é um fodido por natureza, e jamais
aprende a andar sobre um fio de navalha.
O samba seguia... e nesta
noite, todos estavam animados... Uma situação tão rara quanto tenebrosa. Agora Dedéco e Negro Aço... Cantavam Almir Guineto... Sensacional. Eu estava imerso
no tempo sem tempo. Minha mão foi subindo pelas coxas de Jussara... Ela agora
bebia cachaça do meu copo... Éramos os amantes da vida... Era o mijo de Deus...
e a merda do demônio, éramos um casebre abandonado, pegando fogo em uma
madrugada, a consciência se afogando...
Minhas mãos atingem a
virilha de Jú, ela esta sem calcinha, ela me olha com aquele olhar de safada,
sorri num consentimento maravilhoso.
-É pra você amor... É tudo
teu... buceta, a alma, meus pelos... mijo... e minha bosta... Tu és o meu filho
da puta... é o meu canalha amado...
Existem mulheres que sabem
como elogiar.
Ao terminar dizer tudo
isso, meu pau estava duro como um ferro... a sensação era fantástica... meio bêbado...
O samba de fundo, o cheiro de esgoto das ruas e o perfume barato de Jussara, o
Rei das Bucetas gargalhando... A vida poderia terminar ali naquele instante... Eu
estaria satisfeito.
Nisso uma loura paraguaia,
oxigenada, da entrada no ambiente... Ela esta muito louca... chapada, bêbeda...
Entra fazendo um escarcéu:
-Rei de porra nenhuma é o
que tu és... há,há,há...
Olho para o Rei... E seu
rosto esta impassível, permanece sentado... Fixando a mulher, com um olha que
não pisca, ela faz seu show barato. Como uma ordem silenciosa, o samba
silencia.
-Tu não és Rei de porra
nenhuma... Tu és um merda Rei... Esse teu reino é feito de que? De putas, bêbados...
e mais putas...
O semblante do Rei não se
altera... Pensei comigo: talvez o Rei esteja devendo... Talvez ele tenha
congelado... Quem sabe uma ajuda:
-Rei – eu disse- Quer uma
ajuda ai... Sei-la tira-la daqui...
-Não filho... Não vai
precisar... Ela em seguida vai chorar e se ajoelhar bem aqui... Bem pertinho de
mim...
-Como é?
Ele era maluco ou eu não
sei absolutamente nada da vida.
A mulher seguia berrando
coisas incongruentes estava furiosa com o Rei... Num descontrole passional... Mas
por quê? Não sabia. Mas apenas sei, e isto é corrente lá no Navegantes... Que o
Rei costuma enlouquecer a as mulheres... Quando não as quer mais... Não sei se
era o caso... mas...
Jussara estava ficando com
raiva dela... Fez menção de se levantar e lhe dar uns tapas... Segurei-a firme.
Bem para quem não conhece a Jussara... ela não é uma mulher que teme alguma
coisa. Não. Ela sai na mão com quem for... E tem uma facilidade de passar por
cima dos problemas, como algo que jamais vi em alguém.
Imagine um problema
grave... Fale para Jussara... Ela assimilará... e depois vai pra cima sem medo,
e enfrenta como uma garra de felina... Naturalmente isso é uma faca de dois
gumes... Porque se ela não gostar de você... Ficará exposto como uma
hemorroidas no sol... ela fala mesmo... Direto e sem anestesias... Boa menina.
Cinco longos minutos se
passaram, a mulher ainda aos berros... Agora muito transtornada.. Como uma teta
saído do decote, toda cheia de lagrimas e ranho... Cabelo desgrenhado... E nós éramos
os bonecos de cera... Ouvindo tudo aquilo.
Então... A voz dela foi faltando...
a voz foi sumindo...e ela foi se aproximando do Rei... E como se uma bruxaria,
algo sobrenatural tivesse tomado ela... ela veio chegando até
nos...lentamente...e ficando sem forças. As pessoas do Bar pareciam esperar
isso... E faziam certo ar de sorriso... como quem vê a fera, sendo pega na
armadilha...o Negro Aço sorri plenamente e comenta baixinho com Dedéco: A Sonia
se fudeu agora.
Quando a loira oxigenada
chega próxima ao Rei... Ajoelha-se... E chora como uma criança em seu colo... Começa
a pedir desculpas... pede perdão... Pede para que ele não faça nada... que não
a puna... Por favor...
Jussara me olha e diz:
-Ela merecia era o
desprezo dele... Mas se ele fizer isso, ela se mata...
O Rei coloca a mão na
cabeça da mulher, como quem acaricia um cão domesticado... Toma um gole de
cachaça, arruma um pouco o cabelo da mulher... Coloca a teta dela para dentro
do decote e seca as suas lagrimas com as mãos... por fim diz:
-Sonia... Que essa seja a
ultima vez... Eu vou te ajudar... Mas seu eu souber que tu voltaste as drogas
novamente... No meu estabelecimento não entra drogas... jamais.
-Não Rei... não vai
acontecer novamente...
-Muito bem... Agora vamos
embora pra casa...
O Rei foi se levantando,
erguendo a mulher que parecia estar muito calma agora... Como um pesadelo que
passa...
-Rei?
-Filho... a noite
avança...e amor é algo importante, vou dar a ela o que ela não pediu... Porque
raramente sabemos o que queremos... O pedimos muitas vezes é o que justamente
não precisamos...
Eles foram embora
felizes... O samba recomeçou e Jussara me olha... Um olhar que diz tudo...
Levantamos e escorremos
para o seu chalé... Que fica próximo ao esgoto a céu aberto, à noite sem vento
e com estrelas...
Quando entramos em sua
casinha... Tomados de fura e tesão... Fomos arrancando as roupas, e Jussara
estava ótima... não perde tempo... Arranca minhas calças... E ajoelha-se
chupando meu pau... Uma chupada capaz de arrancar a alma de um homem pelo
pau... Enfiava na garganta... e deixava lá até quase lhe faltar o ar... ela é
maravilhosa... Ela quase se asfixia me sugando... Seus olhos estão cheios de
lagrimas... Pela força... Então nos jogamos no chão mesmo... Animais... Brutais...
Insanos... Doentes... Loucos... Uns fudidos de desejos... eu queria que o céu
pegasse fogo...e que os anjos morressem agora... Vou até a xoxota da Jussara...
cheiro está maravilhoso... Esta vencida de um dia de trabalho... o cheiro da
vida...suor, mijo e sucos vaginais...esfrego meu rosto nela toda...quero ela em
mim... Ela me olha... E cospe na cara... e enfia minha cabeça na xoxota novamente...
Grita como uma louca... E em meio aquela escuridão... Éramos um meteoro caindo
sobre a Rússia... Eu olho para ela e cuspo na sua buceta... Que esta inchada...
molhada... Jussara vira de quatro... quer que eu rasgue o cu...que meta a seco
mesmo...ela gosta assim...esta é Jussara... Um animal raro...
Quando meto assim... ela
rugi...berra... E peida... é uma opera de prazer...um peido longo, sonoro e
fedido... Estamos tomados pelo mal. eu quero mais... Eu quero que ela mije... Ficamos assim... Berrando e metendo tudo
nela... Estávamos assim, um tempo sem tempo... e por fim ambos cansados... Acabamos
gozando, ela pede para depositar a porra no bem no fundo do cu... Eu obedeço.
Ela gosta de expelir a porra pelo cu... lentamente depois...
Por fim deito ao seu
lado... Estamos ainda no chão... Exaustos... Parece que ela tirou a porra da
minha medula... Ela é o combustível do inferno... Um caldeirão de enxofre...
Ela levanta-se vai até
dispensa... Tem um uísque barato... O pior... Abre e toma no bico... me
oferece... Abre a porta... Um vento fresco entra... agora o barraco era um oásis...todas
as nossas misérias ficaram para trás... O corpo esta em paz, desejos estão
calados... Estávamos ali... Não precisávamos de mais nada... Jussara vem até mim...
deita-se sobre o meu peito...esta tranquila e dócil... Mas minha vida não é
assim, nunca é assim... Não é mesmo, eu já esperava o próximo capitulo, o próximo
drama... Mas por ora... tudo estava bem, e é assim que se vive... Um momento de
cada vez.
Luís Fabiano.
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